Foto: Paulo Brito/NETFLU

Oriundo de Xerém, Fernando Veiga foi diretor da base do Fluminense e conhece a fundo o procedimento para captação de jogadores. O clube tem contratado atletas para a última categoria, a sub-20, mas falou da importância de levar para o CT Vale das Laranjeiras atletas mais novos, a fim de criar uma identificação, um laço mais forte com a instituição.

– Eu considero o departamento de captação do clube o coração da base tricolor. É um dos trabalhos mais importantes. Você consegue captar atletas 10, 11, 12 anos. Atletas que serão formados, lapidados, aprendem a jogar, os conceitos de tática, técnica e o garoto, com isso, acaba se apegando ao clube. Ele vira um tricolor. Isso tem muito significado lá na frente. Essa empatia que o garoto acaba criando pelo clube e a família também é um fator importante para algumas tomadas de decisão no futuro. A gente sabe que até os 16 anos ficamos praticamente com o jogador livre, pois ele não tem contrato. Nessa fase podemos perder qualquer atleta, apesar de existir um pacto de ética. Mas às vezes acontecem fatos desagradáveis. Quando alguns clubes vem forte, oferecendo dinheiro para garotos de 13, 14 anos, se esse garoto está com você desde pequenininho, sempre dando atenção a ele, para a família,  isso não tem preço para ea. Não quer nem ouvir (a proposta). É completamente diferente de você pegar um garoto de 17, 18 anos, já pronto, com outros vícios, com passagens por outros clubes. Ainda fazemos captações pontuais, mas é diferente. Daqui a cinco, seis anos teremos uma geração praticamente toda formada dentro do clube. A ideia é ter cada vez mais esse número crescente de atletas formadas o clube no profissional – argumentou Veiga, ao NETFLU.