(Foto: Pedro Kirilos/Photocamera)
Blog Vitor Costa

Salve galera, tô de volta pra mais um textinho aleatório para falar de um sentimento que une a torcida do Fluminense: a obsessão pela conquista da Libertadores da América. Dia desses fiz uma postagem no Twitter dividindo com a galera como aquela derrota em 2008 me marcou negativamente, e como não consigo ver, ler ou ouvir qualquer coisa que se relacione com aquele jogo final. Até aí ok, o que me surpreendeu foi a quantidade de gente que divide o trauma comigo, e o quanto a torcida está esperançosa de que em 2023 teremos a chance de exorcizá-lo.

Em 2008 eu estava na casa dos vinte e poucos, já era professor e fazia rádio falando do Flu. Minha vida estava, como sempre, muito conectada ao Clube. A saga da Libertadores daquele ano foi épica, e teve de tudo: jogos emocionantes, golaços, ídolos surgindo, novas músicas na arquibancada e aquela simbiose entre time e torcida. Faltou o título.

 
 
 

Parece que a gente está falando de um filme sem final, um sonho incompleto, uma trilogia hollywoodiana sem a parte três. O hiato de quinze anos parece pequeno pra quem esteve no Maracanã naquela noite. A impressão é de que o tempo parou, o silêncio, o vazio e a perplexidade diante do resultado congelaram milhares de pessoas.

E em 2023, pela primeira vez em todos esses anos, o tricolor novamente se permite sonhar, “se autoriza” mais uma vez, a revisitar aquele 2008 de uma forma diferente, com a sensação de que pode mudar aquela realidade, ou pelo menos o capítulo final. O time, ambiente, o treinador, e o mais importante: o espírito da torcida, pela primeira vez desde aquela derrota, comprovam que estamos prontos para encarar nosso maior trauma de frente, fortes e confiantes.

Por óbvio que a montanha a ser escalada é gigante, é o torneio mais cobiçado da América e todos sabemos da dificuldade. Entretanto, nunca estivemos tão prontos, não apenas dentro de campo, mas também como povo, instituição. Preparados para a maior catarse coletiva da história, que na psicanálise seria a “cura de um paciente, que é alcançada da expressão verbal e física de experiências traumáticas vividas”. Freud explica, a arquibancada fala e o momento é esse.

Que o sorteio nos seja generoso, o fardo leve, e a jornada fantástica. Boa Libertadores a todos. Nos vemos no Maracanã. Ah, e o NETFLU vai transmitir esse sorteio com imagens, hein, galera. Um de vocês, inclusive, vai levar um prêmio! Cola lá a partir de 18h30 da próxima segunda-feira que vai ser massa!