2020: só um pedido a Odair Hellmann

Oi, pessoal. 

O Fluminense é o clube que busca “não vencer a qualquer preço, mas vencer -se primeiro para ser vitorioso depois”, descreveu, com primor, o saudoso Artur da Távola.

 
 
 

2019 iniciou caótico. Não tínhamos 11 jogadores para formar 1 time! Esse mesmo ano fecha com boa esperança: o trabalho do presidente Mário para pagar dívidas e salários merece aplausos. 

A recuperação da credibilidade administrativa é pilar para sustentar um clube que é alvo constante do bombardeio midiático ardiloso.

Destruir o Fluminense não é necessário porque desmoralizá-lo é mais prazeroso.

Começam nos excluindo do protagonismo ou antagonismo gigantesco (como principal rival do Flamengo), terminam com a mentira do “clube que vira a mesa e deve série B.”

Por tudo isso, o Fluminense, dentro de campo, único lugar que resta para ratificar nossa enormidade, deve jogar um futebol de gigantes.

E 2019 provou: anos assistindo um time acovardado que afasta a torcida porque “isso não é o Fluminense”, um “doido” mostrou que mesmo com um elenco tecnicamente razoável se consegue atuar como clube grande que somos.

A torcida correspondeu. Foi impactante que até com resultados muito ruins, apoiamos por OITO MESES. Isso é incrível para nossa cultura.

Os jogadores, também, apoiaram e compraram o estilo. Não só permanecemos na Série A como beliscamos uma vaga na Sul-americana porque o grupo usou o que trabalhou ao longo desses meses.

Somos uma torcida com sede de bom futebol. Somos um clube que necessita mostrar um bom futebol para sobreviver, sendo atrativo em campo.

2019 escancarou essa fratura exposta que nos machuca o coração quando vemos o Fluminense atuar com 8, 9 jogadores atrás da linha da bola.

É tosco. É constrangedor! Um Real Sociedad – time mediano da Espanha – atua usando marcação alta contra Barcelona e Real Madrid. Tememos times não tão melhores e até piores que o nosso!

Jogar com inteligência não é se emburacar na defesa para fechar espaços com defensores que marcam mal (maioria dos times brasileiros).

Defensores que marcam mal aumentam a margem de erro; erro esse fatal, no setor defensivo, abrindo a defesa e deixando o adversário na cara do nosso goleiro com dois toques. Isso não é equilíbrio. Isso é medo. E burrice.

Nunca! Jamais! Não abra mão da atitude. Eu sei que o Fluminense tem o pragmatismo em sua essência. Pragmatismo não é covardia. 

Buscar o INVERSO dos conceitos reativos, usados também por José Mourinho, que Dedé Moreira, em sua coluna aqui, no NetFlu, citou recentemente.

Atitude! Porque “agir, eis a inteligência verdadeira. Serei o que quiser. Mas tenho que querer o que for. O êxito está em ter êxito; não em ter condições de êxito.”

Aplicar o que Fernando Pessoa escreveu é entender o que é ser Fluminense em toda sua raiz, essência, força.

Jogo reativo, não! Mil vezes, não! Esse é o único pedido a Odair: lembre-se disso e use mais o INVERSO dos conceitos retrógrados de José Mourinho.

Parece pretensioso mas é só a demanda de uma torcedora comum, apaixonada por futebol, que ama o Fluminense, estudiosa o suficiente para perceber um pouco o que querem Mercado/Sistema/Investidor.

Súditos da escola italiana de Arrigo Sacchi, como Mourinho, seguem 7 regras para vencer.

São regras do JOGO REATIVO (nova nomenclatura para técnico retranqueiro):

1- O jogo é ganho pela equipe que comete menos erros. 

INVERSO – O jogo é ganho pela equipe que faz mais gols.

2 – O futebol favorece quem leva o adversário a cometer mais erros.

INVERSO: o futebol favorece quem encurrala o adversário na defesa.

3 – Fora de casa, em vez de tentar ser superior ao adversário, é melhor induzi-lo ao erro.

INVERSO – Fora de casa, domine seu adversário com a posse de bola e troca de passes. A torcida se irritará, o oponente ficará emocionalmente desequilibrado. Se correr mais, se cansará mais rápido; se desanimar, abrirá espaços. Ex: nossa vitória sobre o São Paulo, no Morumbi.

4 – Quem tem a bola está mais propenso a errar.

INVERSO: Quem tem a bola está menos propenso a tomar um gol.

5 – Quem renuncia à posse reduz a possibilidade de erro.

INVERSO: Quem renuncia à posse de bola dá respiro, tempo e conforto para o adversário se arrumar, se armar e nos atacar.

6 – Quem tem a bola tem medo.

INVERSO: Quem tem a bola tem o domínio do jogo. Quem joga futebol e tem medo da bola  jogue golfe.

7 – Quem não tem, portanto, é mais forte.

INVERSO: Quem não tem a posse de bola, portanto, é mais dominado e atacado; o que aumenta substancialmente as chances de ser derrotado.

Essas regras utiliza-se circunstancialmente durante a peleja. A melhor proposta de jogo no futebol é propor o jogo. Até como elemento surpresa.

O Fluminense triunfa, especialmente, quando tudo e todos propagam que não temos condições de êxito. Sempre foi assim.

Um 2020 com o INVERSO de “Mourinhos”: é tudo o que peço. É o mínimo para que talvez, com “a inteligência verdadeira”, “sermos o que quisermos”, inclusive, campeões.

A todos do Fluminense, do NetFlu e à torcida mais fantástica do mundo, deixo meus votos de um 2020 repleto de paz e alegrias.

Saudações Tricolores.