O Lance entrevistou o português André Elias, criador e desenvolver do Elifoot, o primeiro game de manager de futebol. Aos 17 anos, o engenheiro lançou por hobby o Elifoot 1, em Portugal. Já o Elifoot 2 saiu em 1992, com uma pequena atualização em 1994. Há 30 anos, ele colocava no ar o Elifoot 98, o mais conhecido da série e um grande sucesso no Brasil. Veja o papo:

Quando e como você teve a ideia de criar o jogo? Você sabia mexer com programação?
> Criei o jogo em 1987, entre o intervalo da escola e da universidade. Já sabia programação e resolvi fazer um jogo para eu jogar contra o computador. Era eu contra 31 jogadores controlados pelo computador.

 
 
 

Quantas pessoas trabalham com você? E elas estão espalhadas pelo mundo ou estão só em Portugal?
> Tenho vários colaboradores na parte de programação e especialmente testadores. Estão maioritariamente em Portugal e no Brasil.

Como concorrer com os novos jogos manager que apareceram? Ainda há mercado e rentabilidade para o Elifoot?
> Há mercado, mas em termos de rentabilidade baixa a cada ano, não só pela crise atual, como também pelo aumento exponencial do número de “apps” nos smartphones.

Qual é a melhor história sobre Elifoot que você conhece? 
> Quando uma torcida colocou no estádio uma faixa dizendo “Palmeiras, campeão só no Elifoot”.

Hoje, o Elifoot é feito em quantas línguas e jogado em quantos países do mundo?
> O Elifoot é feito atualmente em quatro idiomas: Português europeu, português do Brasil, inglês e espanhol. Estão previstos mais idiomas para esta última versão. O game é jogado principalmente em Portugal e no Brasil, mas também em vários outros países, embora com menor expressão.

Os “cracks” das primeiras versões de Elifoot eram facilmente encontráveis na internet. O quanto isso afetou seu faturamento e as possibilidades de transformar este dinheiro em um desenvolvimento ainda maior do jogo?
> Tudo isso elevou o Elifoot a uma lenda, fez do jogo um clássico.

Você trabalha com outra profissão além do Elifoot? Tem família, filhos? Seus filhos o enxergam como um herói por ter criado um jogo histórico?
> Tenho 46 anos, sou engenheiro com família e um filho. Meu filho me enxerga como herói não por ter criado um jogo, mas simplesmente porque sou seu pai.

O que o Elifoot representa para a história dos games e o que deseja representar para o futuro?
> O Elifoot é um clássico e faz parte da história dos videogames. Atual e futuramente, as novas versões são nostálgicas, e é com esse objetivo que são desenvolvidas. É um prazer fazer com que as pessoas grandes se sintam pequenas outra vez.