Foto: Nelson Perez/FFC

Apesar da promessa de bons ventos trazida pelo Profut, conquista da certidão negativa de débitos e construção do centro de treinamentos, o Fluminense ainda não vive o melhor dos mundos. Sem patrocínio master, além de problemas com Dryworld e necessidade de contratações para reforçar o elenco, o presidente Peter Siemsen foi aconselhado pelo departamento financeiro a tentar um empréstimo de R$ 3 milhões. O valor teria de ser quitado, em sua maior parte, pela próxima gestão, embora a informação não seja confirmada oficialmente.

O NETFLU apurou que para conseguir a quantia, o manda-chuva tricolor teria dado a mensalidade dos sócios como garantia, o que não chega a ser novidade. Membro do Conselho Fiscal e ligado a um grupo de oposição do Fluminense, Humberto Menezes, porém, rechaçou qualquer possibilidade de anuência de sua parte quando tomou conhecimento da situação.

 
 
 

– O clube fez uma correspondência para o Conselho Fiscal pedindo para dar parecer de uma cédula bancária de empréstimo com o banco. Explicou como seria o empréstimo e forma de pagamento. Como passaria da gestão de Peter, eu disse de imediato que não assinaria – contou.

Presidente do Conselho Fiscal e candidato à sucessão de Peter Siemsen pela Flusócio, Pedro Abad confirmou a existência de tal possibilidade, embora ela não tenha sido levada adiante pelo mandatário tricolor. Ele ainda ressaltou que a manobra é comum e que, não fosse ano de eleição, passaria tranquilamente, inclusive sem a necessidade de uma consulta do conselho.

– Foi cogitado o empréstimo, mas não vai ser feito. O presidente conseguiu uma solução diferente. É uma operação financeira que não passa do mandato e não tem relação com os débito com o Pedro Antônio – explicou.

Questionado a respeito da solução alternativa tomada pelo homem forte do Tricolor, Abad preferiu não se manifestar. No entanto, explicou que o dinheiro viabiliza pagamentos do dia-a-dia e salários de funcionários.

– Houve conversas por e-mail e depois o presidente convocou uma reunião. O dinheiro era para despesas correntes do clube, tributos, coisa do gênero. Chega um momento em que dá uma desequilibrada. Acontece. O ano realmente está complicado – refletiu.

Procurado pela reportagem do portal número 1 da torcida tricolor, o presidente Peter Siemsen minimizou a tentativa. Ele esclareceu que se tratava de uma ação comum dentro do clube, em busca da oxigenação do fluxo de caixa e que não tem, necessariamente, relação com despesas com funcionários, diferente da explicação de Abad.

– Trata-se de uma operação corriqueira usada no fluxo de caixa, comum no dia a dia de qualquer empresa. Eu vi a operação na reunião de segunda-feira e entendi que não seria necessário renová-la – concluiu.

A decisão de Peter ocorreu na tarde da última terça-feira, em reunião com a CEO do clube, Roberta Fernandes, além de membros do Conselho Fiscal, exceto Humberto, que avisou que estaria em Brasília e não poderia comparecer.

Por fim, é importante frisar que, apesar do panorama financeiro, o Fluminense segue sem antecipar as cotas de TV da próxima temporada, tentando cumprir o desejo do presidente do clube em não entregar “terra arrasada”, pelo menos nesse aspecto, para a futura gestão.