Foto: Mailson Santana/FFC

Nobres tricolores,

 
 
 

falta pouco para matarmos a saudade e/ou voltarmos àquela adorável irritação. O Fluminense entra em campo daqui a exatamente nove dias. Copa do Mundo chegando ao fim, com alguns grandes jogos, outros nem tanto e muita, muita marcação.

Chamou a atenção a quantidade de partidas “táticas” neste Mundial da Rússia. Sem a bola, praticamente todos os times recuavam inteirinho, esperando o erro do adversário e dar o golpe de misericórdia. Tipo de jogo que não me agrada, mas é uma tendência mundial. As dimensões dos campos hoje são as menores permitidas, logo, o futebol está cada vez mais físico, estudado.

Como há poucos cracaços no planeta, a exploração de um sistema tático muito bem desenvolvido, estruturado faz com que vários confrontos sejam monótonos para quem assiste, mas intensos para quem é fã de duelos táticos e quem participa na arena. Fato é que a Copa nos mostrou que com a ausência dos E.Ts competir está menos difícil se você tem as peças necessárias.

Mas o papo aqui não é Copa, mas Fluminense. E as notícias que vem de lá da Barra, taticamente, animam. O técnico Marcelo Oliveira abandonou o infundado esquema com três zagueiros. Fica a dúvida, porém, de qual – ou quais – sistema está sendo testado nas atividades. Com base no que vem sendo divulgado por este NETFLU e outros veículos de comunicação, analiso as probabilidades de formação.

No 4-4-2, os zagueiros são Gum e Digão, os laterais Gilberto e Ayrton Lucas e quatro meio-campistas. E é no setor mais importante do time que reside a dúvida.

O site Globoesporte.com publicou que Douglas vem sendo utilizado como meia aberto pela esquerda. Custo a crer nesta hipótese. A menos que Marcelo Oliveira não conheça o jogador, pois não tem velocidade, nem criatividade pra exercer bem a função.

O mais provável é que o treinador inicie sua jornada no Tricolor com um losango. Airton protege a zaga e cobre um dos laterais quando esse apoiar. A frente do ex-volante do Botafogo, Jádson, pela direita, e Douglas pela esquerda. Atletas técnicos, um pouco vagarosos, mas se a intenção é a manutenção da posse de bola, Marcelo começa bem. Sornoza atua na ponta do losango municiando os dois atacantes: Pedro e Luciano (ou Marcos Júnior).

Alas anteriormente, Gilberto e Ayrton Lucas teriam funções mais defensivas. Mas com três volantes, não deixarão de atacar. O Fluminense fica mais compacto, com quatro meio-campistas que não destratam a pelota e faz algo que me agrada: retenção de bola.

A equipe do Abel tinha a tal alma que ele tanto cobrava, corria muito, mas exageradamente. Porque cedia a bola para o adversário, se fechava lá atrás, mantendo linhas baixas, para depois sair em disparada para o contra-ataque. Um esquema desgastante e que, seguramente, não teria sucesso a médio prazo porque depende de um elenco homogêneo que o Flu não possui.

Neste losango talvez falte velocidade. Continuaríamos, em tese, dependendo dos laterais, mas menos do que no 3-5-2 do Abelão. Se Gilberto e Ayrton estivessem num mau dia, vitória só através de bola parada ou do imponderável.

O 4-4-2 é uma formação que me agrada, dependendo, claro, de mais opções para o meio. Pelo menos mais duas, para disputar a posição com Sornoza e outra para brigar com Douglas. Vejo o  Dodi como o reserva imediato de Jádson, porque é rápido na transição, e Richard para a vaga do Airton, se necessário.

A outra possibilidade é o 4-3-3, que apresenta como variações, com e sem a bola, o 4-2-3-1 e o 4-1-4-1. Desta forma, um dos três volantes seria sacado. Muito possivelmente, Douglas, para a entrada de um terceiro atacante. Vamos trabalhar com Marcos Júnior.

O Kuririm já mostrou que posicionado muito aberto, por um dos lados, não rende. Por dentro consegue evoluir e foi assim que viveu grande fase com Enderson Moreira em 2015. Imaginando o trio com o carequinha, Luciano e Pedro, ficaria, mais ou menos, desta maneira:

Perceba o posicionamento dos três homens atrás de Pedro. Podem funcionar como três atacantes ou três meias. Luciano, pelos vídeos que vi, pois não me lembrava exatamente do estilo de jogo dele, funciona como centroavante ou atacante pela direita. É canhoto, então tem a tendência de puxar para dentro para bater para o gol – sua especialidade – ou armar jogadas. A julgar pelos rivais, poderia trocar de posição com Pedro em determinadas circunstâncias, pois o nosso 9 também sabe jogar fora da área.

Marcos Júnior teria a mesma função do outro lado, mas não é um grande finalizador. Em velocidade, procuraria a tabela e teria ao seu lado o intrépido Ayrton Lucas no apoio.

São dois sistemas interessantes. Cada um a ser usado dependendo do adversário, levando em conta ainda outros aspectos como o tipo de gramado – alto, baixo, castigado – e o mando de campo.

Individualmente, não me agrada a dupla com Digão e Gum. São dois zagueiros lentos. Digão com problemas na bola aérea e alguma deficiência técnica. Ibañez, apesar de algumas tomadas de decisão ruins, me parece ter um poder de recuperação melhor do que o recém-contratado e, por isso, seria o meu escolhido.

Seja qual for a escalação e formação escolhidas, não se faz omelete sem ovos. Contratações são urgentes. Não é com Henan, nem Júnior Dutra que seremos competitivos. O Fluminense precisa de jogadores do seu tamanho. Gente que chegue para incomodar os titulares que, com boa vontade, hoje, PODEM formar um time do mesmo nível da maioria do Brasileirão.

– Boa a contratação do Luciano. Se vai dar certo, só o tempo.

– Digão é mais do mesmo. Não resolve.

– Júnior Dutra: Três gols em 24 partidas. Se você não faz gol, mande seu currículo para o Flu.

– Dois meias, um zagueiro, um atacante de lado e um centroavante.

– Saída de Abad? Se não soluciona, ajuda.

– A torcida do Flu precisa de esperança, mesmo que ela não esteja próxima.

 

Um grande abraço e saudações!

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