Terminada a primeira fase da Libertadores podemos dizer que fizemos uma grande campanha até aqui. Primeira colocação no “grupo da morte” coroada com uma memorável vitória contra o River no Monumental de Nuñez.

Mas já é hora de virar a chave para a Copa do Brasil e o desafio será igualmente difícil… o Red Bull Bragantino.

 
 
 

A temporada do nosso adversário vem sendo muito sólida até aqui. Se classificaram em primeiro lugar no grupo do Paulistão com sobras e foram eliminados do campeonato em jogo único, perdendo para o forte time do Palmeiras por 1×0 em jogo equilibrado.

Na Copa Sulamericana se classificaram para as oitavas de final após encararem também um grupo da morte (Emelec, Talleres e Tolima). Foram quatro vitórias e duas derrotas. Então o que podemos esperar do Bragantino além de dificuldade? Vamos aos trabalhos…

O time paulista joga no 4-2-3-1 e tem um padrão de jogo muito bem definido desde a chegada de Mauricio Barbieri ao comando da equipe no último Brasileirão. Resumindo: muita intensidade, marcação pressão, ocupação do campo de ataque e trabalho de bola de pé em pé com troca de passes rápidos.

A principal virtude do Bragantino é a fortíssima marcação pressão que impõe sufocando a saída de bola adversária com uma linha de quatro jogadores. É um dos times mais eficientes do futebol brasileiro nesse quesito. Com certeza pressionará com muita intensidade nos primeiros 20 minutos de jogo. Ter dificuldade para sair jogando nesse período é esperado.

Por outro lado, essa marcação avançada abre espaço a ser explorado atrás dessa primeira linha. E obriga a última linha de defesa a jogar bastante adiantada, ficando muito vulnerável a lançamentos pras pontas ou infiltrações nas costas dos defensores. A maior virtude do adversário expõe uma de suas maiores fraquezas.

Outra virtude importante é a rapidez e objetividade na troca de passes buscando sempre as finalizações. Eles finalizam muito de fora da área. Essa é uma arma muito perigosa. Como o Bragantino tem um modelo de jogo estabelecido, estrategicamente é importante o Fluminense tentar tirá-los da zona de conforto do jogo a que estão acostumados.

Para isso é imprescindível não recuar a marcação atraindo o adversário para a proximidade da nossa área. Como posto em prática nos jogos contra River e São Paulo, é necessário morder forte e pressionar o homem da bola na nossa intermediária defensiva, não dando espaço para metidas de bola, cruzamentos e chutes de fora.

A construção das jogadas do Bragantino começa na saída com os zagueiros, em especial o Leo Ortiz com lançamento ou passes verticais quebrando a linha de marcação. Pressionar a saída de bola de um time que sempre assume riscos saindo com a bola no pé como o Bragantino pode render boas chances de gol.

Uma estratégia interessante pode ser marcar mais de perto o camisa 3 Léo Ortiz os obrigando a sair mais vezes com o zagueiro que tem passe menos qualificado, o Fabrício Bruno.

Pra terminar, o que mais causa desconforto ao Bragantino é ter o adversário trabalhando a bola no campo defensivo deles. Eles têm muita dificuldade pra fechar os espaços, principalmente pelos lados pois os atacantes demoram pra recompor e não recuam muito pra fechar as 2 linhas de 4. Agora vamos aos destaques individuais. Aí vem a melhor notícia de todas.

Assim como o Flu terá o desfalque do Nino na seleção olímpica e do Cazares, que jogou a competição pelo Corinthians, o Bragantino terá dois desfalques de peso. O goleiro Cleiton, titular absoluto, e o meia Claudinho, grande referência técnica do time tanto na criação de jogadas quanto nas finalizações. É o craque e disparado o jogador mais decisivo. Ambos estarão à disposição da seleção olímpica.

Sem Claudinho, os jogadores mais importantes do time são o ponta direita Artur, Ex-Palmeiras e Bahia, e o volante Lucas Evangelista, ex-São Paulo.

Apesar de não viver grande fase, Artur é sempre perigoso pela velocidade e habilidade. Gidão teve muita dificuldade para marcá-lo no primeiro turno do Brasileiro passado e isso deve se repetir. É importante a cobertura ficar esperta porque ele sempre corta pra dentro pra finalizar ou buscar a assistência.

Já Lucas Evangelista é muito perigoso nos chutes de fora da área e infiltrações na área como elemento surpresa.

Só mais um detalhe, atenção… o Bragantino sempre baixa o ritmo e cai de produção no segundo tempo. A hora de resolver essa parada é essa, após os 20 ou 25 do segundo.

Preparados? Então vamos pra cima deles. Até a próxima fase.

Time base do Bragantino: Júlio César; Aderlan, Fabrício Bruno, Léo Ortiz e Luan Cândido; Lucas Evangelista, Ramires e Cuello; Artur, Helinho e Ytalo.