Laranjeiras pode ser utilizada em jogos do Carioca (Foto: Mailson Santana/FFC)

Em entrevista ao portal Globoesporte, o presidente Pedro Abad, prestes a deixar seu posto no dia 08 de junho, quando ocorrerão novas eleições no Fluminense, falou sobre diversos assuntos envolvendo sua gestão e o clube. Entre eles, o mandatário esclareceu a situação envolvendo o estádio das Laranjeiras e a possibilidade de uma reforma para revitalizar a sede e dar condições ao estádio de receber jogos do Tricolor. O mandatário se disse contra a realização de partidas no local e afirmou não acreditar que a reforma vai sair. Confira as respostas de Pedro Abad sobre o tema:

– Todo mundo diz que vai fazer. Eu digo que não vai sair. Criaram um instituto aí que até agora não foi capaz de arrecadar R$ 200 mil para fazer o projeto. Não tem autorização de ninguém ou aprovação de ninguém. Não tem nada. É uma maquete apenas. Eu dei liberdade total. Eu acredito no estádio próprio maior. As pessoas me pediram para deixar trabalhar. Eu deixei. Até agora, nada. Sempre que me foi demandado estar presente em evento ou reunião, eu estive. Falei claramente que não colocaria dinheiro pois não acredito. E também pois o clube não tem. Eles me disseram que o investimento vem de fora. Dei o ok. Se o dinheiro vier, pode tocar a reforma. Vou dar força. Agora, não coloco dinheiro do clube nisso – disse ele.

 
 
 

GE: Mas por qual motivo não acredita em jogar nas Laranjeiras?
– Deixei claro que a utilização de Laranjeiras, da maneira que foi me apresentado, para uso do futebol profissional, não me servia. A capacidade é muito pequena.

GE: Mas não é o mesmo que jogar em Edson Passos e Los Larios?
– E aí, se faz a modelagem financeira achando que o Fluminense vai jogar 10 ou 15 jogos aqui. Não vai. Da mesma forma que não joga 10 ou 15 vezes em Los Larios. É quatro ou cinco. Se jogar aqui e no Maracanã, você tira jogos do contexto. Aí se diminuiu valor de camarote, de propaganda… quantos mais jogos se tem no Maracanã, melhor se negocia com fornecedores. Isso não inviabiliza Laranjeiras. Ela pode se usada para outras coisas. Só que as pessoas queriam atribuir a Laranjeiras o futebol profissional. Eu não vou jogar aqui. Não tem como colocar muita gente aqui. As regras de licenciamento da CBF vão mudar. Hoje, é 12 mil. Não fosse por Edson Passos, seriam 15 mil. Laranjeiras nunca terá 15 mil. O projeto diz que sim. Não será. Falo baseado no que o arquiteto me falou. A primeira versão do arquiteto era de 8,8 mil pessoas. Quando ele apresentou, todo mundo ficou decepcionado. Fez outra versão para 12 mil mexendo em várias regras que se conseguiriam aprovar com base no Nilton Santos. Ou seja, as regras não permitiam, mas iriam usar o Nilton Santos como exemplo. Aumentar agora mais 20%? Ninguém me falou como. Não tenho notícias do projeto há meses. Seis meses que não chega nada a mim. Para mim, ele está parado. Assinei convênio com o ICT (Instituto Cidadania Tricolor), essa foi a última notícia que tive. Foi em setembro do ano passado. Não sei de mais nada desde então.

GE: Mas qual a dificuldade então?
– Laranjeiras é simples. Não se consegue modelar. O projeto é uma planta baixa. Ele custa R$ 1,1 milhão. Fluminense não tem esse dinheiro, o grupo ficou de conseguir esse dinheiro. Eu preferi investir um terço disso no contrato de estudo do estádio novo. A decisão foi minha. Então, não vou me opor ao projeto apresentado desde que não tenha custo. Podemos usar Laranjeiras para a base, futebol feminino, show… ótimo. Vamos em frente. Agora, as pessoas têm de tocar isso. Não existe oposição ao projeto. Só acho que ele não é para o futebol profissional e, por isso, não vale a pena colocar dinheiro. Esse projeto custa R$ 55 milhões ou R$ 60 milhões. O Fluminense não tem esse dinheiro. Ninguém trouxe ainda esse dinheiro.