(Foto: Lucas Merçon - FFC)

Encaixou. Depois de ter anunciado ainda na temporada passada que mudaria o jeito de jogar da equipe tricolor, o técnico Abel Braga pôs seu plano em prática. Jogando com três zagueiros, o comandante viu seus atletas evoluírem como time em 2018. Sem sofrer gols há quatro jogos, o Abelão relatou o porquê da formação ter funcionado tão bem.

– Isso começou numa conversa com um colega seu de imprensa que eu tenho uma relação próxima após o jogo da Ponte. Último jogo no Maracanã. Já tínhamos afastado a chance de cair. Tinha colocado que queria fazer uma coisa diferente e dentro do que a equipe necessita. Sabia que poderia sair mais alguns jogadores. Não esperava que saísse o Cavalieri, não esperava que saísse o Henrique, o Marquinho.. Mas o Dourado e o Scarpa eu tinha praticamente certeza. Pelos números apresentados, o número de gols foi excepcional. Mas em sofridos foi terrível. No fundo, esse esquema engana muita gente. Se você reparar, ele existe muitas variáveis. Você tem de ter não só jogadores com a característica, mas inteligência tática de saber o momento de desfazer a linha de cinco. Da maneira que se transforma atacando e a maneira que proporciona retardar o contra-ataque do adversário. O Fluminense sofre pouco com a bola vertical na direção do nosso gol. Pode ter bola pro lado, porque jogamos com o lateral alto. Quis sair um pouco da mesmice e vou ser sincero. Acho que outros treinadores gostariam de fazer isso. Mas a juventude de alguns é um preço alto que paga. Tive falando com o pessoal, mas já não estou mais no momento da idade de sentir o peso nas costas. Eu vou fazer o que tenho de fazer e acabou. Se perder, perdeu. Se ganhou, ganhou. Eu estou fazendo o meu melhor, o melhor pra minha equipe e pro meu clube. Por isso tenho essa identidade onde passo, onde trabalho. Espero que isso se prolongue. Está encaixado. Hoje o Fluminense tem uma cara. Ano passado também tinha uma cara, daqui a pouco vira uma marca. Aí tive de fazer uma cirurgia plástica de tanta contusão que teve. Mas a minha ideia é não parar com isso não, é seguir – afirmou.