Abel Carlos da Silva Braga

Nobres tricolores,

 
 
 

bastava o título deste post para encerrar o que penso deste Fluminense 2017. Influenciado pelos superlativos do nosso comandante, não me contenho. Estou maravilhado, impressionado, estupefato com este começo de trabalho.

Como todo tricolor, exigente que sou, pois torço para o clube mais importante do planeta, estava preocupado. Apenas uma contratação realizada no ano, de um jogador de boa técnica, mas de temporada ruim pelo Cruzeiro e dois equatorianos muito qualificados, mas apostas. Tinha toda a questão da adaptação, a juventude de ambos.

O Lucas que estamos vendo é o melhor lateral-direito do Fluminense desde Mariano. Orejuela e Sornoza são peças imprescindíveis na engrenagem. Wellington driblando até juiz, Richarlison dominando – E BEM – a bola, marcando gols, Wendel, um jogador pronto com tão pouca idade e Abel… Bem, Abel é um caso a parte.

Fico à vontade para falar sobre esse cara que toca piano, mas fala “poblema”. Arrisca um francês, toma vinhos de safras requintadas, mas insiste em chamar o Sornoza de “Somôssa”. Abel Braga.

Já fui um crítico do nosso técnico. Indicar contratações nunca foi seu forte. Quem não se lembra de Milton do Ó, Gabriel Santos, Marcos Aurélio “Vera Verão”, Marcelinho das Arábias e tantos outros? Mexia mal. Irritava a torcida nas coletivas com jogos que só ele via e avaliações perturbadoras. Afinal, tínhamos zagueiros pra seis anos, e 0 a 0 é melhor que 2 a 1…

Esse Abel de 2017 é diferente daquele de 2005 e, especialmente, o de 2011/12/13. Fala o que o torcedor quer ouvir. Analisa o jogo de uma maneira que se não expõe seus atletas, também não engana os tricolores. Apoia, xinga, se diverte, estoura. Ser humano e profissional.

Um camarada que com seus 60 e poucos anos, ainda evolui como treinador. Não sou Dedé Moreira, do Globoesporte.com, que arrebenta nas análises táticas, mas o Fluzão do Abelão apresenta algumas variações no sistema de jogo. Basicamente 4-2-3-1 ou 4-1-4-1. E mesmo assim consegue surpreender seus adversários. Quem segura esse time?

Um lateral que, confiante, voa. O outro, ainda irregular. Dois volantes que brincam com a pelota. Um meia cerebral. Pontas velozes, técnicos. Mesmo sem um centroavante confiável e uma defesa com deficiências importantes na bola aérea, o Fluminense é o time que joga o melhor futebol de 2017 no Brasil.

Abel Braga foi o maior acerto deste início da gestão Pedro Abad. Embora não tenha sido a opção número 1 – nosso presidente tinha a preferência por Roger Machado -, o técnico tem a cara do Fluminense.

Fino sem ser impopular. Elegante sem deixar de ser rústico quando necessário. Modesto e confiante. Sincero, mas desconfiado.

O Tricolor do Abelão inspira. Orgulha. Faltava alma na temporada anterior, mas o que queríamos mesmo era futebol. Esse Fluminense tem vontade de jogar, de ganhar.

– Apesar do bom time montado por Abel, ainda carecemos de elenco

– Precisamos de um lateral-esquerdo, zagueiro e centroavante titulares

– Para a reserva, um meia de nível próximo ao de Sornoza

– Demorou, mas o Flu se posicionou de maneira firme e coerente no caso Maracanã

– Vamos torcer para que o vento não leve as palavras…

– Volta, Fred!

 

Um grande abraço e saudações!

 

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