Mesmo tendo contrato, o Fluminense precisou de uma liminar na Justiça para garantir a utilização do Maracanã em sua estreia na Copa Sul-Americana, na próxima quarta-feira, contra o Liverpool-URU, no estádio. Mesmo sem se meter na discussão, Abel Braga defende o lado tricolor e o direito de jogar no local. O técnico ressalta justamente o acordo assinado entre o clube e a concessionária que administra o complexo.
Abel Braga também destaca a importância do Maracanã para a história do futebol brasileiro e quer levar seus comandados para uma atividade no local na véspera da estreia.
– Eu não me envolvo nisso, mas o Fluminense tem um contrato. Isso terá de ser cumprido de uma maneira ou de outra. O Fluminense vai brigar por isso até morrer. Estou pedindo para o meu torcedor comparecer em Cariacica, porque o estádio lá é grande, pra gente sentir o torcedor. Estamos doidos para sentir isso no Maracanã. O torcedor do Fluminense andou desconfiado, agora eles estão felizes. Antes ouvia muito. Tira fulano, tira beltrano. Hoje não tem isso. Hoje o time tem alma, tem um grupo representando a camisa, a nação tricolor. Não se tem jogo aqui sem ir ao limite. Eles querem ver isso no maior palco do mundo, no estádio mais famoso. O torcedor cantando naquele túnel, o cara está a cinco metros. Eu estou precisando isso, imagina meus jogadores. Tem jogador que nunca entrou ali. Ele tem de entrar e ver. É uma competição internacional. Se puder terça-feira, vou levar o meu time lá. Sentir o campo, chutar duas bolinhas, ver a distância do pênalti pro gol, ver a linha do escanteio. O Fluminense adquiriu esse direito. O Flamengo já jogou, vai jogar de novo contra o Atlético-PR. E quem tem contrato é o Fluminense. Semifinal de Taça Rio, se passarmos, quero sempre no Maracanã. Se não passar, não me importo. Primeira vez que entrei no estádio, eu morava na Penha, não foi no Olaria, que era perto, foi no Maracanã. Fui ver o Santos ser campeão mundial. Quantas gerações passaram ali? Aí não tem mais o palco. Ali é o verdadeiro palco. É aproveitar, cara. A seleção brasileira trouxe de volta o torcedor. Oito jogos, oito vitórias. Tem de jogar no Maracanã. O Carioca está carente disso aí. É o grande charme. Imagina esse campeonato feito para ter clássicos, ser tudo no Maracanã. Pode ser que quarta prevaleça o bom senso. Se não prevalecer o bom senso, que prevaleça o que está assinado, escrito – decreta.