(Foto: Maílson Santana - FFC)

Família tricolor, costumo iniciar os meus textos de maneira mais elaborada. Entretanto, às vezes, o óbvio precisa ser dito da maneira mais direta possível: o Fluminense fez uma partida horrorosa contra o Volta Redonda. Fomos muito mal coletivamente e individualmente durante todo o jogo. Não quero estragar o dia de ninguém, mas uma derrota dessas acaba com a segunda-feira de qualquer torcedor tricolor, vivo ou morto.

Ontem (12), Fernando Diniz mudou a estratégia habitual e lançou mão de um ataque mais posicional, “espetando” Keno do lado esquerdo e Jhon Arias do lado direito do campo. Mais tarde, o treinador alegou que já havia feito o mesmo no jogo contra o Bangu, mas o resultado em campo foi completamente diferente.

 
 
 

O plano visava “alargar” o campo, criar espaços e dificultar a marcação do Volta Redonda, mas o que vimos foi um time estático, espaçado, com jogadores isolados e sem opções de passe. Sem Árias flutuando pela cancha, perdemos dinamismo e vimos o colombiano fazer sua pior partida em 2023.

E não foi só o desempenho de Árias que ficou abaixo. A espinha dorsal do time que encantou o Brasil não apareceu. Ganso sumiu, e André reforçou a maldição que assola os convocados para a Seleção Brasileira. O que falar da falha no gol do futuro tricolor Lelê? A diferença entre o remédio e o veneno está na dose. Dessa vez, a autoconfiança jogou contra. André não cometerá este erro novamente.

O fato é que o Flu, como um todo, fez uma partida para esquecer. De positivo, podemos citar o goleiro Fábio, que, mais uma vez, fez boas defesas e impediu um vexame ainda maior.

A boa notícia é que não há terra arrasada. No próximo sábado, uma vitória simples garante o time de Diniz na final do Cariocão 2023. Até parece que vocês não conhecem o Fluminense! Estava tudo muito perfeito. Vitória contra o Flamengo, apresentação do Marcelo…

Tem que ter emoção! Entretanto, para que a classificação venha e a emoção não se transforme num ataque cardíaco e mate os tricolores de pouca saúde, é necessário reconhecer que algumas coisas não estão funcionando.

Primeiramente, precisamos rever a titularidade do atacante Keno. Está valendo a pena? Até aqui, Keno fez um bom 1º tempo contra o Bangu, algumas boas jogadas nas primeiras rodadas do Campeonato e só. Nos três clássicos da temporada, simplesmente sumiu.

É hora de encarar a realidade: o time evoluiu todas as vezes em que Keno deu lugar a um meio-campista. Todas! Diniz chegou a flertar com essa mudança durante os treinos, mas, na hora H, manteve a mesma formação. Será que veremos esta modificação no próximo final de semana?

Falando em modificação, precisamos falar sobre Jhon Arias. Que ontem tenha sido a última vez que vimos o colombiano preso, limitado ao lado direito do ataque. Nosso melhor jogador atua flutuando, a bola é um imã que o atrai e, a partir daí, a mágica acontece. Árias é um pássaro raro que precisa voar. Não pode, nunca, ficar preso em uma gaiola.

Por último, precisamos ver o Dinizismo de volta! Onde está a superioridade numérica no setor da bola? As inúmeras linhas de passe? A criatividade? Cadê o futebol que encantou o Brasil?

Abram as portas, o Dinizismo precisa entrar em 2023.

ST!