(Foto: Nelson Perez/FFC)

Lágrimas de alívio de Henrique Dourado e Abel. Pesar em meu coração porque no início da temporada apostava e me encantava com o time: Orejuela, Douglas, Sornoza, Gustavo Scarpa, Wellington Silva e Dourado faziam um encaixe que há muito não via no time do Fluminense, nem na Era Unimed, aliás, muito menos.

 
 
 

Orejuela, com problemas pessoais com a família, teve uma queda vertiginosa de rendimento técnico.

Douglas teve uma contusão rara e demorou para voltar.

Scarpa e Sornoza, os mais talentosos jogadores do elenco, fraturaram o pé e, em seis meses, ficamos sem um ou outro e, quando eles voltaram, até voltarem no ritmo e confiança demorou porque o time estava já em queda.

Wellington Silva estava vendido para o Bordeaux. Retornou porque foi reprovado no exame médico: problema grave no púbis. Perdíamos para o púbis o único jogador com drible frontal que fura linhas.

Dourado ajudava. Se fosse o Fred, a maioria diria, salvava.

No gol, mais problemas: Júlio César é um goleiro para compor elenco, não para ser titular. E Diego Cavalieri, cinco anos após fazer um Brasileirão “a la Buffon” no nosso tetracampeonato, envelheceu. É a crueldade do esporte: o corpo envelhece.

Para piorar, ficamos sem Henrique, o pilar da defesa, o xerife. Falhou algumas vezes e quando isso acontecia, era meio gol para o adversário. Reginaldo foi o único companheiro de zaga que ajudou e pouco atrapalhou. Assim como o zagueiro, Richard e Marlon cumpriram com sobriedade suas funções defensivas, sem sobrecarregá-lo tanto mais.

É verdade: descobrimos Wendel, Marquinhos Calazans e Matheus Alessandro. Pedro também crescerá. Mas na “hora H” do campeonato, nas últimas quinze rodadas, o time estava em remendos e, Abel, cauteloso, abriu mão da ofensividade para seu histórico nove jogadores atrás da linha da bola, entre nosso goleiro e a intermediária, também conhecida como retranca.

Até contra a Ponte Preta, no Maracanã, com um a mais, porque ganhava só de 1×0, recuou o time e conseguiu levar sustos, até o gol do alívio do “Ceifador”.

“Que sirva de lição”, disparou o camisa 9 tricolor, referindo-se a chegar nessa situação de “comemorar” a permanência na Série A, o que se recusou a fazer. O mesmo camisa 9 que ao ser eliminado pelo Flamengo na Sula disparou: “Sinto vergonha!”

Desde 2013, quando o Flamengo nos salvou do rebaixamento, por ter escalado um jogador irregular, ato que um dia depois, a Portuguesa repetiu, salvando o Flamengo, eu espero que o grupo que administra o Fluminense aprenda a lição.

No entanto, por conta da vaidade que o poder acarreta e a insegurança que a falta de conhecimento sobre futebol impõe, 2018 promete ser meramente “mais do mesmo”.

Que o presidente Abad queime minha língua porque ainda acredito que ele poderá evitar os erros contínuos que seu grupo vêm cometendo, que é tornar o Fluminense um clube da segunda parte da tabela, com campanhas de Chapecoense, Coritiba e, esse ano, com um agravante, atrás dos igualmente ridículos, tecnicamente, Vasco e Botafogo.

Vergonha!

Queime minha língua, presidente Abad. Isto me trará mais que alívio, varrerá do meu coração tricolor essa angústia e pesar, me devolvendo a alegria e o prazer para assistir ao nosso Fluminense jogar.

Ao contrário do que a maioria do seu grupo de apoio pensa, sim, a torcida do Fluminense merece alegrias.

Fraternalmente,
ST.