Em 1952, o Fluminense conquistou seu título internacional mais relevante: a Copa Rio, na qual derrotamos alguns dos times mais fortes do mundo, como o Peñarol base da Seleção Uruguaia campeã da Copa de 50, o Áustria Viena base da Seleção Austríaca semifinalista da Copa de 54, e o Corinthians que reinava absoluto em São Paulo. (Vale registrar que, quando repasso aquelas vitórias maravilhosas, os 3 a 0 no Peñarol, os 5 a 2 no Áustria Viena, os 2 a 0 no Corinthians, sinto pena dos que insistem em desdenhar de tão espetacular conquista tricolor.)

Ao longo das décadas seguintes, os meios de transporte evoluíram, e as competições internacionais enfim se estabeleceram no calendário regular do futebol. O Fluminense, entretanto, não deu muita bola para elas. Ao levantar o Campeonato Brasileiro de 1970, classificou-se para a Copa Libertadores de 1971, iniciou a competição com quatro vitórias, mas acabou eliminado após uma derrota surreal para o Deportivo Itália e um revés para o Palmeiras, ambos em pleno Maracanã. Voltamos à Libertadores em 1985, mas novamente não passamos da fase de grupos – acreditem se quiserem, a prioridade tricolor naquele ano era o tricampeonato carioca, não a competição sul-americana.

 
 
 

Foi só nos anos 2000 que o Fluminense passou a dar atenção de fato às competições da Conmebol. Nosso retorno à Copa Libertadores em 2008 proporcionou espetáculos inesquecíveis no Maracanã – nossa média de público naquele torneio foi de mais de 50.000 pessoas por jogo, a maior já obtida por um clube brasileiro na história. Infelizmente, numa dessas monumentais injustiças do esporte, perdemos a taça na maldita disputa de pênaltis da finalíssima. No ano seguinte, foi a Copa Sul-Americana que quase veio morar na rua Álvaro Chaves, 41: quando ela já sonhava com o melhor lar possível, viu-se obrigada a seguir para Quito, a contragosto.

De 2011 a 2013, estivemos novamente na Copa Libertadores, três vezes seguidas, mas não passamos das quartas-de-final. Numa mistura de azar, arbitragens criminosas e mérito dos adversários, o Fluminense ficou pelo caminho, eliminado por Libertad, Boca Juniors e Olimpia. Em 2014, ainda aparecemos rapidamente na Copa Sul-Americana, empatamos com o Goiás, mas fomos eliminados naquele critério dos gols fora de casa.

Após dois anos de ausência, estamos de volta à Copa Sul-Americana – que este ano, enfim, está sendo tratada como prioridade. Nesta quarta-feira, subiremos as rampas do Maracanã para empurrar o Fluminense na primeira etapa da competição, contra o Liverpool, do Uruguai. A força da torcida é fundamental, como demonstramos nas sete eternas vitórias de 2008. E, por isso, estaremos todos lá: vivos, doentes e mortos.

PCFilho

(tentando escrever aqui às terças-feiras; me encontre também no twitter)