(Foto: Mailson Santana - FFC)

Pouco afeito a conceder entrevistas, Paulo Angioni conversou com o site ge e falou a respeito de diversos assuntos. Entre eles, claro, Fernando Diniz. O diretor-executivo de futebol do Fluminense destacou o bom trabalho feito pelo técnico também fora de campo e chegou a comparar o estilo com o do lendário Telê Santana. Não sobre campo e bola, mas pelo fato de pensar muito no lado psicológico dos jogadores.

— A gente debate muito isso. Para o Fernando, o futebol é o jogador de futebol. A grandiosidade do Fernando é revestida pelo desejo de ajudar o jogador. Isso é muito claro nele. Por tudo aquilo que ele viu no mundo do futebol, na juventude dele, quando foi jogador, quando pretendia ser jogador, ele traz essa coisa muito latente. Ele é inspiração, transpiração e humanidade. São os três requisitos mais valiosos dele. É difícil copiar o que o Fernando faz. Porque é coisa da cabeça dele, não aprendeu no banco da faculdade – iniciou.

 
 
 

Paulo Angioni nunca chegou a trabalhar com Telê Santana, mas o conheceu bem. Até por isso vê as semelhanças com Fernando Diniz.

— O Diniz tem muita semelhança com o Telê nesse aspecto. Muitas semelhanças, inclusive. Mas na forma do jogo não, porque o Fernando, para mim, é único. A forma de jogo do Fernando é única porque é inspiração pura, e essa inspiração só ele tem. É difícil alguém aprender. Ele não tem constrangimento de pessoas virem aqui para vê-lo dar treino. Ele está sempre aberto para ajudar, mas a pessoa não vai aprender. É difícil, o Fernando é único, não tem dois. É o único em tudo, inclusive na forma de tratar – falou.

Com uma longa jornada no futebol e trabalhos em diversos clubes, Paulo Angioni já conhecia Fernando Diniz desde os tempos de jogador. Como dirigente, chegou a ter o então meia em elencos que tinha sob o seu comando.

— Há muito tempo. Trabalhei em três clubes diferentes com ele. A minha esposa gosta muito dele, da família dele. Um dia minha esposa disse: “Eu preciso do telefone do Fernando, quero ligar para ele”. Ela ligou para dizer: “Você tem quatro filhos, não pode ficar tão nervoso assim”. A minha esposa dando conselho para ele. Então ele é único, ele consegue mexer com a minha esposa. É o único, não tem dois Fernandos e nem vai existir outro – comentou.

Por fim, Angioni foi questionado se acreditava que Fernando Diniz poderia chegar ao nível de técnico alcançado por Telê Santana em sua jornada. O diretor não titubeou:

— O Fernando já é o Fernando, hoje é matéria no mundo inteiro. Eu já ouvi profissionais europeus dizerem para mim que muita gente olha a forma como o Fluminense joga. Eu acho que vocês têm que incentivar o Fernando, estimular mais a falar e escrever, porque ele é diferente, diferente mesmo.