O Fluminense empatou sem gols com o Ceará, na noite desta segunda-feira, no Maracanã, em jogo válido pela 35ª rodada do Campeonato Brasileiro. Os jogadores saíram de campo sob vaias e gritos de “time sem vergonha”, mas a cobrança não parou por aí. Depois da partida, torcedores tiveram acesso ao vestiário do estádio e conversaram com os atletas sobre a má fase tricolor.

São cinco jogos sem vitória e 478 minutos sem marcar, além do risco de rebaixamento no Brasileirão. No portão 2 do Maracanã, por onde a delegação entra a sai, havia um grupo de tricolores concentrados, sendo a maioria de torcida organizada. Revoltados com a situação do clube, concluiu-se que havia risco de agressão aos jogadores e, para contornar o caso, houve autorização para dois representantes entrarem para conversarem com os atletas.

 
 
 

A maior parte do elenco já tinha ido embora. Porém, o goleiro Júlio César e os zagueiros Gum e Digão, os três líderes do grupo tricolor, ainda estavam presentes – além do também goleiro Rodolfo, do atacante Everaldo e do volante Mateus Norton (este por ter feito o exame antidoping). Representantes da comissão técnica e da direção já haviam deixado o local.

Atleta mais longevo do elenco, Gum foi determinante para amenizar o clima de tensão. O capitão garantiu que não havia ninguém de “sacanagem” e que era injusto chamar os jogadores de “sem vergonha”. Apesar dos dois meses de salários atrasados e cinco de imagem, garantiu que há dedicação. Por sua vez, os torcedores disseram entender a situação, prometeram controlar os ânimos de alguns mais exaltados e garantiram que apoiarão o time até o fim.