Henrique e Gustavo Scarpa deixaram o Fluminense através da Justiça. Além de o clube não receber nada, ainda poderá pagar milhões de reais a ambos por vários débitos relacionados a direitos de imagem, salários e FGTS. Na opinião de Celso Barros, candidato a presidência tricolor no ano passado, o clube deveria reestruturar o seu carro-chefe. O ex-presidente da Unimed ainda critica Marcelo Teixeira e revela que os jogadores não gostam do diretor esportivo da base.

– Acho que deveria haver uma reformulação no departamento de futebol. Até porque se paga a esse CEO e ao próprio Autuori valores superiores a esses somados ao teto que o clube estabeleceu para os jogadores. O presidente Abad, quando assumiu, disse que não entende nada de futebol, e estamos vendo que não entende mesmo, e que iria formar uma equipe técnica. A equipe era o Fernando Veiga, que saiu no meio do caminho, o Torres, que saiu no fim do ano e o Marcelo Teixeira, uma figura, pra não dizer outra coisa, meio estranha, que domina o futebol. Os atletas não gostam dele, a gente sabe disso. Os atletas não vão ficar dizendo, mas quem convive com essa situação sabe. Tinha de haver uma reformulação imediata no departamento de futebol e mudar essa postura. O Fluminense vive hoje, talvez, uma das piores situações entre os clubes brasileiros em termos de imagem, representação, da questão técnica e isso é muito triste. Quem sabe, se houver modificações importantes nisso, possamos ter algum resultado melhor. Muito embora, acho que 2018, certamente, será um ano pior que 2017, que, na verdade, foi uma tragédia no futebol – declarou Celso ao NETFLU, complementando o que pensa sobre Teixeira:

 
 
 

– Parece que ele é uma eminência parda no departamento de futebol. Quando estive no futebol do Fluminense, assim que o Rodrigo Caetano entrou, eu o alertei quanto à situação do Marcelo. Não gostaria que ele trabalhasse no futebol profissional por uma série de razões. Por causa do presidente Peter, ficou dois, três meses (no futebol profissional) e depois o Rodrigo veio me dizer que a situação do Marcelo era difícil a manutenção. E eu disse: “Olha, falei isso há três meses. Agora você conversa com o Peter e resolvam”. Efetivamente, eles conversaram e (Marcelo Teixeira) voltou à base, onde a atuação, na minha opinião, tem uma série de restrições, que não cabe ficar dizendo aqui. E agora ele volta para o futebol profissional e dizem que é diretor da base e se envolve em tudo. Enfim, é uma situação muito estranha. Os resultados estão aí. Até o momento, péssimos, com mais de um ano de gestão e acho que está na hora de mexer nisso. Mas, infelizmente, o presidente e o próprio partido que o apoia, a Flusócio, parece que não querem ver isso. Nem comentamos da indicação de um sócio, que é dentista, para vice de futebol. Não é pela questão de ser dentista. Eu sou médico, outro pode ser engenheiro, advogado. Não é isso. Mas é uma pessoa que não teve nenhuma passagem, de certa forma, relevante no futebol do Fluminense. O Fluminense tem sócios com uma qualificação maior para exercer esse cargo. Mas, infelizmente, a desgraça da política acaba impondo à gente um nome que não tem nenhum conhecimento, vivência no futebol – encerrou Celso, que completa 66 anos nesta segunda-feira.