Fred está de volta ao Fluminense (Foto: Mailson Santana - FFC)

Fred está de volta ao Fluminense. A sua chegada de bicicleta na última sexta-feira, após sair pedalando de Belo Horizonte na última segunda, foi apenas mais um dos muitos momentos marcantes do atacante com o Tricolor das Laranjeiras, onde atuou de 2009 a 2016. O site “Globo Esporte” lembrou alguns outros. Veja a relação:

A chegada

Fred estava no Lyon, da França, quando foi repatriado pelo Fluminense em 2009 e já chegou com status de ídolo. Com direito a pompas e torcida nas Laranjeiras, além de gafe do então presidente, Roberto Horcades, que o apresentou como “Fábio”.

Estreia com gols

Logo de cara, Fred mostrou que seria artilheiro e provou seu pé quente em estreias: marcou dois gols na vitória por 3 a 1 sobre o Macaé, pelo Campeonato Carioca, e manteve o retrospecto pessoal de sempre estufar as redes em sua primeira partida pelo novo clube.

Expulsão e declaração

No fim de 2009, o Fluminense vivia os extremos: estava na final da Copa Sul-Americana e na zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro. No vice para a LDU, do Equador, Fred perdeu a cabeça no fim e foi expulso. Mas antes do jogo contra o Coritiba, que decidiria a sobrevivência na Série A, declarou-se ao clube: “Eu tenho contrato de cinco anos e parece que quero ficar aqui a minha vida inteira”.

Presente para garçom

No início de 2010, após a surpreendente arrancada para fugir do rebaixamento do ano anterior, Fred já mostrava o seu lado generoso. Incentivado pelo garçom vascaíno Antônio, que sempre o passava confiança no restaurante onde frequentava, o centroavante deu um carro de presente para ele.

Crise com departamento médico

Após se recuperar de lesão no tendão de aquiles em 2010, Fred retornou aos treinos, mas logo voltou a sentir dor no local e disparou contra o departamento médico do clube, o que causou no pedido de demissão do então diretor da pasta, Michel Simoni. Naquela temporada, o camisa 9 conquistaria o seu primeiro título pelo Fluminense, do Campeonato Brasileiro, mas como coadjuvante.

Herói em jogo épico

De volta à Libertadores em 2011, depois do vice em 2008 ainda na era pré-Fred, o Fluminense quase foi eliminado na fase de grupos. Mas, assim como em 2009, contrariou a matemática e se classificou com uma vitória fora de casa, precisando de dois gols de diferença, com direito à pancadaria. E o camisa 9 foi o grande herói ao marcar duas vezes no 4 a 2 sobre o Argentinos Juniors, sendo o da classificação aos 43 minutos do segundo tempo.

O “famoso” caipisaquê

O “Jornal Extra” publicou naquela época uma matéria sobre uma saída noturna de Fred e Rafael Moura com amigos em um bar, onde teriam consumido 60 caipisaquês. Em entrevista coletiva, o camisa 9 admitiu que bebeu, mas apenas três e chegou a apresentar a nota fiscal para provar. Porém, acabou virando alvo de intimidação de torcedores e levou o caso à polícia.

Poker-trick

Fazer um hat-trick, três gols em um mesmo jogo, já é uma tarefa árdua. Agora imagina quatro? Sim, até isso o Fred conseguiu pelo Fluminense. Naquele mesmo ano de 2011, o centroavante, sozinho, marcou quase todos os gols da emocionante vitória por 5 a 4 sobre o Grêmio no Brasileirão.

Polêmica com Mano

Vivendo grande fase no Fluminense, em 2012 Fred foi questionado sobre seleção brasileira e soltou o verbo para cima de Mano Menezes, dizendo que enquanto o treinador estivesse lá não pensava em convocação. Meses antes, o pai do centroavante afirmou ao “Jornal Extra” que o filho havia fingido uma lesão no ano anterior para não se apresentar ao time nacional. O jogador negou.

Gol mais bonito da história

Foi naquele ano de 2012 que Fred pintou aquela pintura de voleio, eleita em enquete no “Globo Esporte” como o gol mais bonito da história do Fluminense. O golaço foi o da vitória por 1 a 0 sobre o arquirrival Flamengo pelo Campeonato Brasileiro.

Título como protagonista

Se em 2010 Fred foi campeão brasileiro como coadjuvante, em 2012 ele foi o cara. Artilheiro do campeonato com 20 gols, o centroavante ainda tirou onda sendo decisivo no jogo que garantiu o tetra para o tricolor: marcou dois e participou diretamente do outro na vitória por 3 a 2 sobre o Palmeiras.

Cantada e selinho

Admirado pela mulherada, Fred parou o trânsito em 2013. Literalmente. Em um vídeo vazado, o centroavante aparece em um carro na rua, cantando uma mulher de moto ao seu lado, em quem deu um beijo selinho. Ele teve até que dar coletiva para se explicar, mas brincou com a situação.

A maior tristeza

Fred viveu uma temporada de extremos em 2013. Se no primeiro semestre estava bem e foi destaque da Seleção no título da Copa das Confederações, nos últimos seis meses do ano as lesões voltaram a lhe assombrar. Sem conseguir ajudar o time, o Fluminense voltou a brigar contra o rebaixamento no Brasileiro e chegou à última rodada desesperado. A equipe até venceu o Bahia fora de casa por 2 a 1, mas os demais resultados não ajudaram, levando o centroavante às lágrimas no estádio. Mas após o campeonato, a Portuguesa perdeu pontos pela escalação irregular e caiu no lugar.

Abraço pós-Copa

O Brasil, porém, decepcionou na Copa do Mundo em 2014, eliminado no fatídico 7 a 1 para a Alemanha, e Fred, autor de só um gol no torneio, foi apontado pela opinião pública como um dos culpados pelo fracasso. Mas uma torcida em especial não o abandonou: a tricolor. Alguns torcedores fizeram uma contagem regressiva no trajeto feito pelo centroavante da sua casa até as Laranjeiras. E no clube, várias crianças abraçaram o artilheiro, entre elas a filha do jogador, Geovanna.

Crítica à diretoria

Porém, no fim daquele ano, houve um “climão” com a diretoria. Após a vitória por 5 a 2 sobre o Corinthians, na penúltima rodada do Brasileiro, o Fluminense fechava a temporada sem grandes feitos. E Fred desabafou na saída de campo: “Tenho 20 meses de direitos de imagem atrasados, mas se a torcida estiver de saco cheio, pego minhas coisas e vou embora”.

A renovação

Mas tudo não passou de um desabafo de cabeça quente e, no início de 2015, Fred e Fluminense assinavam um novo contrato com duração até o fim de 2018. Não foi a primeira renovação do centroavante, que em 2010 já havia ampliado o vínculo nas Laranjeiras, mas foi a mais emblemática. O centroavante tinha em mãos uma proposta milionária da China, mas escolheu ficar. Atual presidente, Mário Bittencourt na época era vice de futebol, e o anúncio, com pompas, foi no salão nobre da sede.

“Acaba o Carioca”

No Estadual de 2015, revoltado com a arbitragem em um Fla-Flu, após sofrer uma falta e ser expulso pelo segundo cartão amarelo, Fred disparou contra a Ferj: “O Carioca tem que acabar”. E a frase, já em tempos de redes sociais, viralizou e ganhou enorme proporção.

Lata de cerveja

Mas 2015 novamente não foi um bom ano para o Fluminense. No segundo semestre, após perder por 1 a 0 do Sport fora de casa e despencar na tabela, o time foi alvo de protesto de torcedores na volta ao Rio. E Fred foi o principal alvo. Ao passar pelo saguão do Aeroporto do Galeão, o centroavante foi alvo de uma lata de cerveja arremessada por um tricolor e tentou reagir, mas foi contido por seguranças.

A superação

A chance de salvar o ano de 2015 era a Copa do Brasil, onde o Fluminense enfrentou o Palmeiras na semifinal. Fred novamente estava lesionado na época, mas foi para o sacrifício e jogou com dor aquela partida na Arena Palmeiras. Mesmo sem condições, ele marcou o gol que levou a disputa para os pênaltis e não segurou as lágrimas. O time, porém, perdeu três cobranças, e o centroavante sequer chegou a bater. Mas considerou um dos momentos mais marcantes para ele no clube.

Top 3 dos artilheiros

Em 2016, Fred entrou mais uma vez para a história do Fluminense. Ao marcar os três gols do empate com o Madureira pelo Campeonato Carioca, o camisa 9 chegou a 167 gols com a camisa tricolor, ultrapassando os 165 de Hércules, e se tornou o terceiro maior artilheiro da história do clube. Posição que defende até hoje, com 172 gols marcados.

Briga com Levir

O ano, porém, não se desenhava bom para Fred. Suspenso em julgamento, perdeu a chance de jogar o último título conquistado pelo clube, que foi a Primeira Liga. E logo começaram os desentendimentos com o técnico Levir Culpi, com quem chegou a dizer que não jogaria mais e foi até afastado. A diretoria colocou panos quentes, os dois fizeram as pazes veladas, mas o “climão” continuou.

A saída

Com um contrato considerado “impagável” pela diretoria, Fred foi vendido ao Atlético-MG. Em entrevista coletiva, ele se emocionou. Disse que teve várias conversas com a direção do Fluminense até decidir que era melhor deixar o clube, que chamou de “minha casa”. O centroavante se despediu afirmando que continuaria torcendo pelo time tricolor mesmo à distância.

O retorno

Recém-contratado para jogar mais dois anos e encerrar a carreira no Fluminense, Fred não perdeu o status de ídolo e se mostra muito empolgado com a volta para casa. E para provar, promoveu uma maratona de bicicleta de Belo Horizonte até o Rio de Janeiro, arrecadando donativos para compra de mais de quatro mil cestas básicas para distribuir a funcionários do clube e comunidades carentes.