(Foto: Divulgação/FFC)

O podcast “Rodada Tripla”, do site ge, abordou com clubes de elite como tratam a questão da masculinidade nas categorias de base. O Fluminense foi um dos consultados.

Veja como é o trabalho no Fluminense e também a resposta dos demais clubes:

 
 
 

FLUMINENSE: Xerém tem um departamento psicossocial bem estabelecido, que acompanha a família e os jogadores desde o Sub-10 até o Sub-20. Não há ações diretas para masculinidade, mas o assunto é abordado indiretamente ao longo do acompanhamento. Lema da base é “faça uma melhor pessoa e terá um melhor jogador”.

  • Athletico-PR: É o único clube da elite que, até o fechamento desta matéria, não respondeu à reportagem.
  • Atlético-GO: Tem acompanhamento psicológico nas categorias sub-15, sub-17 e sub-20. Ainda não faz nenhum trabalho específico voltado à masculinidade ou questões similares.
  • Atlético-MG: Clube desenvolve o projeto Atleta Cidadão, que visa formar jogadores nas esferas social e esportiva. Acompanhamento começa na categoria sub-14. Não há foco específico na masculinidade, mas trata do comportamento social como um todo.
  • Bahia: O acompanhamento psicológico (que não é apenas clínico) e pedagógico começa a partir da categoria sub-14; o pedagógico vai até a categoria sub-20. O Bahia trabalha a masculinidade dos atletas no programa “3º Tempo”, analisando seus desdobramentos, impactos no campo, masculinidade tóxica etc. A iniciativa traz especialistas de fora e profissionais do clube para dialogar também sobre outras temáticas da sociedade, como racismo, homofobia, questões de gênero, futebol feminino e outros.
  • Botafogo: Clube tem metodologia de trabalho a partir do sub-11. Dispõe de programas como a “REDE”: apoio à formação integral do atleta, que busca integrar a equipe multidisciplinar de profissionais da base aos familiares com ações de conscientização temáticas, sempre adaptadas de acordo com as idades e a etapa de desenvolvimento de cada categoria. Os temas debatidos vão de educação sexual e financeira até limites legais, questões sociais e autocuidado. Tópicos previstos para a “Semana da saúde” de 2020 são sexualidade, consentimento e a diferença entre sexo e violência.
  • Ceará: Faz acompanhamento psicossocial e educacional de todos os atletas em formação, com psicóloga, assistente social e um pedagogo. O Ceará aborda não só a masculinidade, mas também questões como DSTs, uso de drogas, convívio familiar, entre outros. Trabalho “bem bacana”, nas palavras da assistente social do Ceará, se estende ao futsal, futebol feminino e futebol masculino profissional.
  • Corinthians: Tem o Núcleo Educacional-Social-Psicológico (NESP), comandado por uma psicóloga, uma assistente social e uma orientadora educacional. Atua da categoria sub-10 até o sub-17, com trabalhos pontuais no sub-20. Estrutura visa desenvolver habilidades educacionais, sociais, emocionais e potencialidades físicas, cognitivas, afetivas e valores humanos. Família tem “papel fundamental”. Pensamento crítico é estimulado com ações sobre questões sociais, abuso sexual, dependência química, legislação e arbitragem, entre outros.
  • Coritiba: Trabalha com uma equipe multidisciplinar, composta por pedagogo, psicóloga e assistente social, a partir da categoria sub-11. Outros profissionais administram um programa de educação continuada com os atletas da formação. Não há um foco específico na masculinidade, mas o programa trabalha temas ligados a gênero e comportamento, entre outros.
  • Flamengo: Tem um programa de acompanhamento psicossocial na base e atua com relação a diversos tópicos. Semanalmente, para todas as categorias, o clube promove palestras/aulas obrigatórias. Alguns dos temas abordados são suicídio, drogas, álcool, sexualidade, violência doméstica e feminicídio.
  • Fortaleza: Fornece acompanhamento aos atletas da base com uma psicóloga e uma assistente social. Não há trabalho específico voltado à masculinidade e questões sociais, mas clube “achou uma ótima ideia” e deve investir no futuro.
  • Goiás: Não há ações específicas sobre masculinidade. Clube atua com uma equipe multidisciplinar que inclui pedagoga, professora de línguas, psicóloga e assistente social para o trabalho com os atletas. Primeira categoria contemplada por esse apoio é a sub-15.
  • Grêmio: A psicóloga da base atende da categoria sub-14 à sub-20; não há acompanhamento psicológico no profissional. Clube cita o Masia 360º, do Barcelona, como exemplo. Num âmbito social, o Grêmio tem o movimento “Clube de Todos”, que visa trabalhar questões relacionadas ao racismo. Há ações voltadas para a “adaptação à nova cultura” e os valores do clube. A última atividade realizada com os atletas foi sobre a Lei Maria da Penha.
  • Internacional: Trabalha o lado psicológico e educacional dos atletas a partir da categoria sub-9, sempre com autorização dos responsáveis. Se baseia em cinco pilares: autoconhecimento, autocontrole, empatia, decisões responsáveis e comportamentos prossociais. É neste tópico que entram temas como masculinidade, machismo, racismo e sexualidade. O Internacional também busca desenvolver habilidades de escuta ativa, cooperação, comunicação eficaz e resolução construtiva de conflitos.
  • Palmeiras: Utiliza de abordagens semelhantes ao Masia 360°, do Barcelona. O clube tem palestras socioeducativas e trabalha com atletas de todas as categorias, tendo a inclusão dos pais em algumas delas (categorias menores). Os temas são variados: álcool e drogas, sexualidade, DSTs, abusos no esporte, etc. Não há algo específico sobre masculinidade, mas há uma orientação com temas bastante semelhantes e importantes para o convívio em sociedade.
  • RB Bragantino: Há dois eixos de trabalho: o educativo e a socialização. No eixo educativo, o clube desenvolve “conteúdos geradores de conhecimento e conscientização”, abordando temáticas como cidadania, política, desigualdades sociais, educação sexual e educação financeira. A masculinidade tóxica é abordada com auxílio de Fábio Manzolli (Masculinidade Saudável). No eixo da socialização, o foco são ações geradoras de sociabilidade, coletividade, vínculos afetivos e outros.
  • São Paulo: O clube oferece aos atletas trabalho com psicólogos, pedagogo e assistente social desde o sub-14 até o fim do processo de formação. O tema da masculinidade está inserido no planejamento do trabalho, que é feito de forma a abordar o processo de formação da pessoa (ações sociais, questões raciais, espírito esportivo) e também do atleta (demandas de jogo). Há um pedagogo com uma equipe de reforço e assistente social, que lida com a relação com a família, principalmente com os atletas mais jovens.
  • Santos: Tem um psicólogo, um assistente social e uma profissional destinada a cuidar da escolaridade dos jovens atletas. Ao longo do ano, o trio organiza palestras e orientações sobre diversos temas. Todos atuam desde o sub-11 até o sub-23 e, se preciso, com o profissional.
  • Sport: Clube atua com um psicólogo e uma assistente social. Dupla é responsável por organizar palestras e atividades voltadas a questões sociais. Acompanhamento começa na categoria sub-13.
  • Vasco: Tem acompanhamento psicológico e educacional em todas as categorias da base. Trabalho em conjunto, feito pelo clube junto ao Colégio Vasco da Gama.