Léo (de bermuda azul) e seus irmãos; entre eles Renato (de bermuda cinza) - Foto: Arquivo pessoal

Um triste caso de racismo em Santos não foi a única dificuldade enfrentada por Léo antes de chegar ao profissional do Fluminense. Muito pelo contrário. De origem humilde, o lateral-esquerdo precisou lutar muito para realizar o sonho de ser jogador. E seu irmão Renato teve papel fundamental nisso.

Moradores do bairro de Tomazinho, em São João de Meriti, os pais, Regina e José Carlos, nem sempre tinham o dinheiro para bancar as passagens de Léo até Xerém, onde começou aos 14 anos. Foi aí que entrou o irmão mais velho (que hoje tem 32 anos).

 
 
 

– Ele tem um salão de cabeleireiro. E os primeiros R$ 30 que ele ganhava já me dava e dizia que era para a passagem, para poder treinar. Aquele cara é fantástico. Onde for, vou levá-lo comigo – relata.

Com o irmão cabeleireiro, Léo confia seus cortes de cabelo e todo o visual unicamente a ele.

Léo tem seis irmãos e a infância foi minguada. A casa em Tomazinho vivia com goteiras quando chovia e o pão precisava ser dividido entre eles. Não havia dinheiro para cada um ganhar o seu. Quando virou jogador profissional, passou a retribuir a ajuda que teve.

– Quando os irmãos começaram a trabalhar, ajudaram na reforma da casa. Mas foi só quando ele passou a ganhar dinheiro com o futebol que a gente conseguiu dar uma nova cara a ela mesmo. Ele ajuda muita gente. Compra comida para quem precisa. Mas não gosta que contem – contou Renato.