(Foto: Marcelo Gonçalves/FFC)

Quando o Fluminense entrar em campo para encarar o Internacional, quarta-feira, no Beira-Rio, pela volta da semifinal da Libertadores, o técnico Fernando Diniz chegará a 100 jogos à frente da equipe tricolor em sua segunda passagem. A primeira foi em 2019 (com 44 partidas). Mas o que mudou nesta nova jornada? Ao site ge, comentaristas do Grupo Globo comentaram. Confira as oponiões:

Marcelo Raed
— Taticamente o Fluminense de 2019 e o de 2023 tem algumas semelhanças no plano de jogo e na forma de jogar. Mas todo profissional do futebol, seja jogador ou técnico, passa por fases de amadurecimento. Fernando Diniz também.

 
 
 

— E esse amadurecimento não foi necessariamente na construção da ideia de jogo, mas nas formas de desenvolvê-las e, principalmente, na defesa das ideias. Diniz hoje é, acima de tudo, um profissional mais consciente sobre o jogo, sobre as características que ele precisa dos jogadores em campo e da forma como pode abordar seus comandados. E isso tudo influencia diretamente nos resultados obtidos.

Conrado Santana
— Vejo o Diniz de hoje como um treinador bem parecido com o que ele foi na primeira. A mesma essência. Com a preferência de ter a bola, de ser protagonista no jogo, com a famosa “coragem pra jogar” que ele pede aos jogadores. Ou seja, ele não tem medo de errar e forçar a jogada, o que é muito visto principalmente na saída de bola, como se estilo de jogo fosse só sobre isso, o que não é. Mas ele dá essa liberdade para os jogadores arriscarem a jogada e isso acaba melhorando muito a equipe dele.

— A principal diferença é o elenco que o Fluminense tem hoje e tinha naquela época, que hoje é muito melhor. E, claro, tempo de trabalho. Ele está chegando a 100 jogos, comparado com 44 na primeira passagem. Quanto mais tempo, mais você consegue colocar suas ideias e ir entrosando seu time. Mas, basicamente é o mesmo treinador. Ganhando ou não a Libertadores, isso não muda, como foi o caso na primeira passagem, que não teve os melhores resultados. Mas a ideia está ali.

— Evoluir todos os técnicos vão evoluindo com as experiências. Mas acho que muita gente quer usar o sucesso do Diniz hoje para falar que ele evoluiu, como se antes ele estivesse errado. É disso que eu discordo. Acho que ele é, basicamente, o mesmo treinador, tem a mesma essência. Vai melhorar aqui ou acolá, de acordo com o que vai vivendo no dia a dia. Todos os técnicos tentam isso. Mas basicamente é a mesma essência e o mesmo técnico. Ele já era um baita técnico antes e está confirmando agora no Fluminense.

Alexandre Lozetti
— Qualquer time de Diniz tem compromissos quando entra em campo: impor a ideia de futebol sobre o adversário, entreter, correr riscos, fazer com que os jogadores se divirtam e se sintam corajosos. Assim era o Fluminense de 2019 e é o atual. No caminho entre um e outro, Diniz tornou-se um vencedor mais habitual. De jogos grandes, decisivos e, enfim, campeonatos. E agregou alguns elementos ao jogo de sua equipe, hoje mais versátil do que em 2019, como elementos posicionais de ataque, quando joga com dois pontas, e não mais com meias abertos que se aglomeravam num dos lados do campo.

— Isso também pode ainda acontecer. A reorganização defensiva também melhorou em relação àquela equipe, que, por vezes, perdia jogando melhor do que o vencedor. E tem agora Germán Cano, goleador nato que costuma impedir um roteiro repetitivo em 2019: o das dezenas de finalizações sem gols. O Fluminense atual tem mais recursos individuais e versatilidade coletiva, está mais pronto para ser um grande time.