A demissão do Fluminense 25 dias atrás foi um motivo de frustração para Fernando Diniz na carreira. Entrevistado por Cléber Machado para o site Globo Esporte, o ex-técnico tricolor tem certeza de que se fosse mantido no cargo, o time sairia da situação na qual se encontra e teria grandes chances de ser campeão da Copa Sul-Americana.

– Eu saí inconformado do Fluminense no sentido de que eu tinha muita convicção de que daria certo. O que aconteceria? Provavelmente melhoraria e ficaria numa região mediana do campeonato (Brasileiro) e tinha chance muito real de levar a Sul-Americana. Teve o enfrentamento com o Corinthians e dois empates. Era uma coisa, para mim, uma chance muito grande de o Fluminense ter um título inédito. O que me dava muita segurança é que o time não oscilava por conta da posição que estava. Quando o negócio acontecer, aí ganha e vão discutir os resultados e não teremos tantas chances de discutir o que deve ser discutido – comentou Diniz, que complementou:

 
 
 

– Os resultados no Brasileiro a gente não sabe. A história vai ser contada quando terminar sem eu estar lá. Mas do jeito que o time jogava era quase impossível cair. Tenho convicção plena. Plena. A vida não vai ficar insistindo se você chutar 33 bolas e perder. Na Sul-Americana, se a gente passasse do Corinthians, que era tão difícil como o Peñarol, que ganhou do Flamengo, que ganhou do Corinthians, era bem factível. Se pegar a história do Fluminense comigo é de jogar contra essas grandes marcas e subir nosso nível. Foi assim com o Grêmio, Cruzeiro, Flamengo. Jogamos bem melhor, para ganhar do Flamengo, bonito pra caramba, muito coletivo. A gente tinha uma chance real de passar na Sul-Americana. E no Brasileiro estávamos dois pontos de sair da zona. Já iríamos sair daquilo. Eu acreditava muito pelo o que a equipe produzia. Machucou muito a minha saída. Ficamos quatro meses com salário atrasado de seis. Eu sempre faço uma analogia que meu filho não tem que tirar nota, tem que aprender. O resultado final, só, não me convence por ele mesmo. Ele precisa ter algo que o sustente. O processo de você viver está no meio entre nascer e morrer. Não está no nascimento e termina na morte. É o meio que conseguimos viver e tentar fazer o melhor que a gente pode. E isso eu tenho tentado com todas as minhas forças.

O ambiente era um ponto alto, segundo Fernando Diniz. Ele conta um episódio que ocorreu às vésperas do jogo derradeiro contra o Atlético Nacional, pela segunda fase da Copa Sul-Americana:

– Fomos jogar na Colômbia, uma logística horrorosa. Viajamos 20 horas para jogar, chovendo e frio. Os caras com quatro meses de salários atrasados, fui dar treino e os caras rindo.