Oi pessoal.

 
 
 

Responda rapidamente: qual foi o último jogo do Fluminense em que dominamos o adversário, nosso goleiro não fez nem precisou fazer defesas milagrosas (até contra times inferiores no Carioca, Copa do Brasil, Sula e da Libertadores) e ainda marcamos quatro gols?

Fernando Diniz é a coragem de reeditar o futebol antigo (técnica), o adequando ao robótico e chato “futebol moderno”.

Centenas de ex- jogadores brasileiros que atuaram, principalmente, a partir do penta (2002), sofreram na pele nossa brutal queda de qualidade.

Vemos 99% dos atletas que atuam no Brasil não saberem cumprir funções básicas em sua posição (passe vertical, chute, cabeceio, posicionamento, deslocamento).

Sofrem torcedores, como eu, que amam o “futebol samba.” O mesmo que, por sorte ou natural movimento cíclico, ícones da Holanda e da Espanha começaram a reeditar: a predominância da técnica voltou.

Em momentos e razões distintas, o cracaço Cruyff  (saudoso) e seu “pupilo”, Guardiola, encantaram montando times destemidos ofensivamente, técnicos e campeões.

O Brasil seguia sua própria contra-mão: idolatrando Felipões e Muricys, a ponto de um Dunga comandar a Canarinho numa Copa do Mundo.

O futebol “bonitinho” (adjetivou com desdém Edinho na transmissão dessa quinta) gera, sim, resultado. Isto foi provado “ontem” pelos Barcelona e a Seleção Espanhola e até com a técnica da atual vice-campeã do mundo, Croácia.

Desprezando propositadamente nossa escola, talvez para que todo o staff de dirigentes, agentes, jogadores e patrocinadores ganhasse milhões com a exploração de imagem de jogadores comuns, mais fáceis de serem descobertos, preparados à base de levantamento de peso e fabricados à base de mídia.

Século XXI e vivemos a idolatria pelos raçudos, “Xerifes Lúcios e Felipes Melos”, ridicularizando e abominando a hipótese de escalar juntos um trio: Alex, Ronaldinho Gaúcho e Rivaldo.

Fernando Diniz não faz nada além de resgatar nossa escola, nosso futebol raiz. E eu o aplaudo de pé,  torcendo para que ele fique no meu Fluminense o tempo que Ferguson ficou no Manchester.

Por agora, destacarei 4 pontos dessa proposta, postura, ideia e organização:

– Posse e o tipo de passe com a bola.
– Triângulos ou círculos na marcação por zona.
– 2 atacantes seguram 4 defensores.
– o jogador da cadência.

Não adianta ter a posse de bola sem visar o gol, com meros e lentos toques entre volantes e zagueiros.

Os jogadores jogam próximos, em bloco, cercando num triângulo ou fechando com 4 ou 5 a visão de passe do adversário.

Com a bola, a mesma coisa, trabalhando com o objetivo de quem estiver com a posse ter um companheiro como opcão.

Contra o Americano, Diniz aproximou Luciano e Yoni González, posicionados perto da área ofensiva para pressionar a saída de bola, o que faltou no 1° tempo na estreia, segurando assim a dupla de zaga, o lateral e o 1° volante atrás da linha do meio-campo.

Por fim e, mais importante, é o jogador que pensa e dita o ritmo. É a cadência. Danielzinho, menos apavorado e mais entrosado com Luciano e Gonzalez por dentro (treinaram a pré-temporada toda assim), conseguiu encaixar seus passes.

Foi muito bom ver o Danielzinho deslanchar. Tanto quanto importantíssimo ver que González, ao contrário dos 333 atacantes do elenco, gosta de marcar o gol.

O camisa 20 tem tudo para amadurecer com atuações regulares, ainda mais se Ganso conseguir vir (falta pouco). A chegada de Ganso tirará o peso do mundo sobre Daniel que, além de Caio Henrique, pode fazer o segundo volante.

Preocupante mesmo continua sendo o futebol muito mediano do Ezequiel e a total falta de presença do bom (para reserva) arqueiro Rodolfo.

Obrigada, Diniz!

E que chegue domingo!
É Maraca! Às 17h!

“Vamos pra cima, Fluzão”.

Fraternalmente, ST.

Imagem: Lucas Merçon/Fluminense F.C.