(Foto: Marcelo Gonçalves - FFC)

Com Fernando Diniz no comando, o Fluminense vai em busca de mais um título internacional na noite desta quinta-feira. Às 21h30, encara a LDU, no Maracanã. Ao lado do treinador, estará Eduardo Barros, amigo de longa data e admirador. Em entrevista à ESPN, o assistente contou como iniciou a parceria.

Em 2012, pela Série A do Campeonato Paulista, eles se enfrentaram. Eduardo Barros era auxiliar do Novorizontino e Fernando Diniz comandava o Atlético Sorocaba. Depois do enfrentamento, o treinador receberia visitas daquele que hoje é seu assistente.

 
 
 

— O que me intrigava era como ele conseguia ter uma forma de jogar tão aposicional, não totalmente aposicional, mas com tanta liberdade de movimento. Como que o goleiro dele tem tanta confiança para trocar passes dentro da própria área e assumindo um risco que eu nunca tinha visto ninguém assumir? – recorda Eduardo.

Um ano depoios, já fora do Atlético Sorocaba, Diniz recebeu o primeiro convite para treinar o Audax-SP e chamou Eduardo Barros para fazer parte de sua comissão técnica. Na época, no entanto, não houve possibilidade de iniciar a parceria. Eles voltaram a se encontrar em Curitiba, em 2015, ainda em clubes diferentes.

— Ali nós temos uma reaproximação que gera um novo convite de trabalho para 2016. Ele retorna para o seu terceiro Paulistão, no Audax, na Série A do Campeonato Paulista. E é a partir disso que ele me convida para trabalhar com ele. Dessa vez, sim, sem a negativa da gestão do Audax. Em 2016, eu faço o meu primeiro trabalho com ele – disse.

Posteriormente, foram juntos para o Athletico, em 2018. Porém, novamente a parceria teve pouco tempo, pois a comissão técnica acabou demitida. Então, reencontraram-se a partir de 2022 no Fluminense.

— Quando nós encerramos a parceria no Athletico, para mim, ficou a sensação de que era uma vírgula e não um ponto final. Então, quando ele me chamou, falei que topava. É um privilégio poder trabalhar com ele. E eu tenho segurança que milhares de profissionais dariam tudo para ter a oportunidade de ter esse privilégio que eu tenho que é de ser esse auxiliar-técnico dele – falou.

Recentemente, quando esteve na seleção brasileira como auxiliar de Diniz, o auxiliar chegou a comparar o técnico com o holandês Johan Cruyff, que fez história tanto como jogador quanto treinador.

— O Cruyff acabou sendo um dos jogadores que foi símbolo daquela Holanda do Rinus Michels de 1974 que praticava o futebol total. E, vendo os jogos daquela equipe, é possível observar inúmeros movimentos fora de um padrão de posição, com muito mais liberdade do que comumente as equipes europeias possuem. E as equipes do Fernando Diniz, desde lá do Atlético Sorocaba ou do Votorantim, têm uma liberdade de movimento dos seus jogadores que extrapola aquilo que está convencionalmente posto como as posições, onde o ponta direita vai atuar quase que exclusivamente como um ponta direita, o meio campista como um meio campista, jogando de forma mais centralizada. O volante vai jogar à frente dos zagueiros ou vai entrar ali entre os dois zagueiros, para participar de uma saída, vai ficar sempre por trás da jogada – iniciou, prosseguindo:

— Então, essa convenção que alguém estabeleceu e foi sendo reproduzida por inúmeros treinadores e por mim quando eu não alcançava o outro futebol, o Fernando teve a capacidade de criar uma forma de jogar que as premissas são outras. Que outro time você vê um camisa 10 dentro da grande área participando da saída? Este é um exemplo. Eu poderia dar vários, mas acho que esse exemplo é suficiente para traduzir.