PETERQuais são suas principais propostas para o triênio?

Temos como objetivo continuar a evolução no clube, com o pagamento da dívida que será equacionada nos próximos dias. Além disso, temos como meta a construção do CT no terreno cedido pela prefeitura, no qual já avançamos com estudos e queremos começar as obras em assim que possível. E ainda trabalhar no crescimento da associação em massa no futebol. O Fluminense criou uma categoria de sócios que também vota e vai fazer um ano em dezembro. Estamos com 27 mil sócios, mesmo num ano com dificuldade com a dívida e com investimentos baixos no futebol, chegamos a 27 mil. Temos que ter como meta os 50 mil sócios, por que não sonhar com os 100 mil sócios.

 
 
 

Uma de suas promessas na eleição anterior era diminuir a dependência da Unimed. Como vê a situação atual?

Entendo que mudou muito. Recebi um clube em que a divida tinha crescido de R$ 40 milhões para R$ 400 milhões. Hoje cresceu 7% ao ano, número baixo para o Brasil e está controlada. Pagamos R$ 28 milhões em dívidas trabalhistas e não criamos novas. Não trabalhamos mais com antecipação de receitas e temos capacidade de investimento. Recebi o clube com R$ 42 milhões de déficit anuais. Em dois anos, reduzi isso para R$ 3 milhões e agora teremos um ano superavitário após duas décadas. Aumentamos a receita anual de R$ 80 milhões a R$ 150 milhões, fora a Unimed. Devemos chegar aos R$ 200 milhões em 2013. A receita com sócios cresceu muito nesse período, reduzimos os custos do clube… Passamos por isso e mantivemos a Unimed. A questão não era a Unimed, mas o Fluminense evoluir. Caminhamos para ser um clube autossustentável. É algo que ainda demora, mas o acordo com a AGU está marcado para o dia 29. Já reingressamos na Timemania. Não diria que temos de diminuir a dependência, mas prepararmos o clube para o longo prazo. Mesmo com o desenvolvimento, não vejo porque não manter esse modelo com a Unimed. Confio muito nesse modelo.

Como recebe o apoio da Unimed após o desgaste em setembro, com a renúncia de Sandro Lima?

Apoio é sempre bom, voto é sempre bom. Principalmente quando vem com uma nítida posição de acreditar no seu trabalho, no que vem sendo bem feito. Volto a dizer que não houve desgaste naquela ocasião. Além disso, sou contra a existência de dirigentes não-remunerados.

Planos para o futebol em 2014? Vai buscar contratações de impacto?

No futebol vivemos um momento difícil, mas temos uma espinha dorsal com três jogadores de seleção brasileira, além do melhor lateral esquerdo em atividade no Brasil, que é o Carlinhos. Precisamos de mudanças, o departamento está estudando isso. Buscaremos jogadores promissores em situações oportunas do mercado. Passamos por um momento complicado pelas perdas na janela de transferência, e tivemos várias lesões que num CT moderno vamos conseguir minimizar assim como o tempo das recuperações. Esse ano o Fluminense teve metade do elenco formado na base, esses garotos serão úteis no ano que vem. Vamos acelerar a construção do CT. Em Xerém, trabalhamos com o conceito de perda zero na base. Temos um trabalho para que todos tenham um destino no futebol. Também tivemos cinco campos reformados e construímos um vestiário novo. Agora vamos construir uma edificação e aumentar o alojamento. Falta muito pouco para fazer, mas é um desafio enquanto se convive com o pagamento de uma divida.

Por que atrasou o lançamento de sua candidatura a presidência?

Meu papel no clube é de executivo, me dedico muito intensamente a várias áreas como nos contratos. Acabou que me envolvi também no futebol nos últimos meses. Temos que estar próximos ao time, assumir a responsabilidade. No momento bom, o mérito tem que ser dividido por todos. Achei que o mais importante era o meu papel executivo, e não a  campanha política. O sócio tem que avaliar o trabalho, e não a campanha politica.

O que acha de não ter havido nenhum debate antes das eleições?

Debate depende muito da qualidade da discussão. Depende se os participantes podem falar com profundidade dos assuntos do clube. Se for um debate com acusações e questões pessoais, as pessoas perdem tempo vendo. Se não houve [debate], não há perda na avaliação. Há um trabalho em curso e uma proposta de oposição que me motiva ainda mais a ser candidato. Tudo que não quero é o retrocesso, o crescimento exponencial de divida, nenhum investimento em infraestrutura, má administração. Ninguém mais quer isso, ser subserviente à federação. Já chega. A gente tem regras, que se aplicam a todos igualmente, do dirigente ao servente. O Fluminense não pode voltar a ser que era.

Deley criticou sua postura na relação com Fazenda Nacional, dizendo que havia falta de diálogo. Qual sua opinião quanto a isso?

Cada um pode avaliar da forma como quiser. O Fluminense foi o primeiro clube a abrir suas receitas de boa fé à Fazenda para resolver o problema. A dívida do Fluminense fora da Timemania era a menor dos times cariocas porque não criei novas dividas no meu mandato. Tentamos o melhor, se fomos incompreendidos pela Procuradoria da Fazenda, nos sentimos mal, mas crescemos com isso. Sofremos com isso, mas fomos mais duros em redução de custos, em melhorar a administração. Assinar esse acordo com a AGU, é um motivo de orgulho para o Fluminense.

Oposição critica contrato com a Maracanã SA. Qual a sua posição, defende o vínculo firmado?

Queriam jogar aonde, em Volta Redonda? Não tenho contato com a oposição sobre essas questões sigilosas. Todo acordo tem sigilo, com a Unimed tem, com a Adidas também. É um negócio. O contrato com o Maracanã tem se mostrado amplamente favorável, com somente uma questão das catracas de tecnologia que deve ser resolvido após a Copa. Só o que tivemos de bilheteria esse ano no Maracanã já foi três vezes mais o que tivemos no ano passado, em que fomos campeões brasileiros. Além disso, não levamos prejuízo, pelo contrato.  Constantemente tínhamos perdas no Engenhão. Temos o nosso lado fixo, o que o torcedor sempre quis. Temos um vestiário exclusivo e teremos uma loja. É um estádio em que não gastamos nada e é de alto nível. Se construíssemos um, demoraríamos anos para ter um retorno. Foi tremendamente positivo. O contrato permite mudanças durante o período, inclusive que igualemos se algum outro clube assinar um acordo da mesma duração.

Qual foi a melhor ação do seu mandato?

A melhor coisa do meu mandato acredito que foi o conjunto da obra, não tenho algo a destacar.

O que foi a pior ação em seu mandato?

Não voltaria atrás de nada. Os erros que aconteceram nos ensinaram muito. Usaremos no futuro como aprendizado. O que não pode é o Fluminense voltar a ter uma cultura como a que recebi o clube em 2011. Não destaco nada muito positivo, nem nada de errado nesses três anos.

Qual sua avaliação sobre o Deley?

Foi um ídolo, grande jogador. Comemorei varias jogadas, vários títulos dos quais ele participou pelo Fluminense.


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