Um domingo especial. Após o jogo correr o risco de não contar com as duas torcidas, Fluminense e Flamengo brindaram seus fãs e fizeram um clássico à altura de suas tradições. Antológico, épico, marcante. Vão sobrar adjetivos para o que aconteceu no Estádio Nilton Santos. No fim, prevaleceu a mística. Com a camisa Ame o Rio na frente, remetendo ao título de 1995, o Tricolor, nos pênaltis, conquistou a Taça Guanabara após um espetacular 3 a 3 no tempo normal. Wellington, Henrique Dourado e Lucas marcaram para o Flu. Willian Arão, Everton e Guerreiro anotaram para o rival. Nos pênaltis, 4 a 2.

Um início de jogo eletrizante. Logo aos quatro minutos, o Fluminense armou um contra-ataque fulminante. Wellington Silva correu demais, percorreu quase 70 metros e se aproveitou do escorregão de Pará. Cara a cara com Alex Muralha, de pé direito, marcou o primeiro gol do clássico.

 
 
 

A torcida tricolor teve pouco mais de três minutos para festejar. Em lançamento na área, Júlio César catou borboletas, a bola sobrou para Rafael Vaz, que tocou para o gol vazio, Henrique Dourado ainda tentou tirar, mas Willian Arão empatou o jogo.

Com sete minutos, dois gols e cabia mais. Muito mais. Isso porque os sistemas defensivos de Fluminense e Flamengo davam espaços generosos. Pelos lados do Tricolor, a bola na aérea era um Deus nos acusa. Já o Rubro-Negro sofria com os rápidos contra-ataque do Fluzão.

Mas foi na falha defensiva do Flu que o rival se aproveitou. Renato Chaves ficou olhando a bola viajar na área, Guerrero cabeceou, Júlio César espalmou para o meio da área e Everton virou a partida.

A vantagem do Flamengo no marcador não modificou o panorama do clássico e o Flu chegou ao empate. De pênalti. Guerrero colocou a mão na bola dentro da área. Com categoria, Henrique Dourado colocou tudo igual no marcador.

Não demorou para a virada acontecer neste Fla-Flu épico, arrebatador, palpitante. Wellington Silva achou um passe fenomenal para Lucas. O lateral infiltrou na defesa rubro-negra e tocou bonito no canto esquerdo de Alex Muralha: 3 a 2. Fim de primeiro tempo e a impressão que se tivesse mais alguns minutos, a rede seria balançada, de um lado ou de outro.

Na etapa final,  Tricolor ditou o ritmo do meio-campo. Controlou o principal setor do jogo e atacou na boa. O Flamengo não tinha mais o ímpeto ofensivo do primeiro tempo, já que os espaços, que sobraram nos 45 minutos iniciais, faltaram nos últimos. Fruto de um bom posicionamento dos volantes, laterais e zagueiros.

O rival fez duas mudanças para tentar buscar o empate, sacando Mancuello e Willian Arão, para as entradas de Gabriel e Berrío. Abriu o time e o Fluminense teve algumas chances, como num chute de Marcos Júnior.

Quando o título parecia cada vez mais palpável, Richarlison fez falta em Pará na entrada da área. Guerrero cobrou com perfeição e empatou o jogo mais uma vez, aos 40 minutos, levando a decisão para os pênaltis. Àquela altura, Henrique Dourado e Sornoza, batedores oficiais, foram substituídos. Mas nos pênaltis deu Fluminense. Tinha que dar Fluminense: 4 a 2.