Ex-vice presidente de futebol do Fluminense, o advogado Mário Bittencourt relembrou em suas redes sociais que, nesta segunda-feira, completam dois anos desde as últimas eleições do Flu, quando Abad sagrou-se vitorioso. Numa publicação intimista, ele destacou o quão fundamental o torcedor pode ser em momentos de crise, como o vivido pelo Flu atualmente e pediu uma trégua momentânea ao mandatário.

Confira: 

 
 
 

“Hoje completam-se dois anos da eleição do Fluminense que disputei ao lado do meu amigo e companheiro Ricardo Tenório. 26 de novembro de 2016. Não saímos vitoriosos, ficamos em segundo lugar, mas acredito que deixamos um legado de propostas para mudar o Fluminense em todas as áreas.⠀

Infelizmente nada do que propusemos foi utilizado nestes 24 meses e chegamos ao final de 2018 caindo pelas tabelas e com risco de queda para a série B. Muitos nos perguntam por que, ao longo dos 2 anos, não fizemos críticas à gestão. Eu explico: a ética e o amor ao Fluminense nos fizeram dar a oportunidade a quem está no poder de realizar seus “projetos”. Demos crédito de confiança ao Presidente para que, sem pressão, pudesse desenvolver um trabalho. Até aqui, 24 meses depois, o desempenho foi catastrófico, e, por isso, nos vemos na obrigação de mostrar, aos nossos 1442 eleitores de 2016 e aos recém chegados, que estamos aqui na luta por um Fluminense que volte a ter alma.⠀

O nosso clube atual não possui brilho e sua alma de um dos maiores clubes de todos os tempos, vai escorrendo depressa para o ralo da incompetência. As mentiras propagadas na eleição (falo sobre elas em posts futuros) tinham o objetivo de destruir nossa candidatura e especialmente o meu nome, mesmo depois de 18 anos de serviços prestados com afinco. Isso me prejudicou? Prejudicou ao Tenório? De forma alguma. Demonstrou apenas que a forma suja de fazer política daqueles que venceram corrói o Fluminense. Corroeu o clube social, destroçou de vez os esportes olímpicos, desmoralizou um conselho deliberativo e como não poderia deixar se ser, atingiu a parte mais sensível e vital de um clube de futebol, qual seja, seu vestiário.⠀

Do vestiário saem as vitórias, as derrotas, os títulos, as glórias e os grandes fracassos. Num clube de futebol, a lógica é invertida. Tudo, absolutamente tudo, funciona se a bola entrar, e, para entrar, tem que ter time de qualidade, salário em dia e palavra. No futebol o “vento não leva as palavras.” Elas ficam, seja para o bem ou para o mal. No momento nos faltam todos esses requisitos, mas ainda temos a única coisa que pode salvar um clube de futebol. Sua apaixonada torcida. Se nossa torcida, nesta reta final, não entender que os menores culpados do desastre são os jogadores e deixar de apoiá-los, estaremos liquidados.

Vejam que curioso. A torcida não tem a menor culpa do que está ocorrendo, mas é a única que pode reerguer o Fluminense de hoje até domingo. Seja para vencer a semifinal, ou para manter o time na série A. Esqueçam o varejo. Não ataquem os atletas de forma individual. Não vaiem o time durante o jogo. Ali, no gramado, quarta e domingo, estarão 11 atletas defendendo a nossa honra, a nossa alma, as nossas cores. Fechem os olhos para os homens que ali estão e mentalizem somente a nossa camisa e nossa bandeira. A nossa história está mais uma vez em jogo e somente as nossas vozes juntas podem salvar nossa paixão. Acreditem nisso por favor.⠀

A trégua deve ser dada a todos, inclusive ao Presidente do clube, neste momento. Parafraseando o Ricardo Berna, em 2010, vos digo: “vaiar o time e xingar a diretoria neste momento nos dará a classificação? Nos livrará da segunda divisão?” Por obvio que não. Então tricolor, na quarta e no domingo, saia de casa com alegria, com energia, encha os pulmões pra incentivar os nossos guerreiros. Os 11 em campo serão até domingo os homens que vão nos representar. Não tem outro jeito.⠀

Em 2009, quando Tenório e eu estávamos à frente do futebol, fizemos reunião com a torcida pedindo que se unissem atrás do gol numa única energia até o final da competição. Todos se uniram nas antigas arquibancadas verdes e, juntos, conduziram o clube à final da sul-americana e nos livraram da queda à série B. Neste momento, as vaidades e tudo o mais que possa prejudicar o time em campo devem estar de lado. Tudo. Depois do dia 2 de dezembro a gente vê o que faz. Prometo que estaremos aqui (eu, Ricardo Tenório e Celso Barros) à disposição pra ajudar a mudar o quadro atual. Neste momento só temos um caminho. Todos juntos, quarta e domingo, numa só voz, pelo nosso maior amor imaterial, pelo nosso Fluminense, pela nossa alma, pelos nossos filhos! Saudações Tricolores!”