Nobres tricolores,

 

 
 
 

números e futebol nem sempre combinam. Avaliar um jogo sobre a ótica matemática pode ser uma grande furada. O cara que mais cruza certo não é, necessariamente, o mais eficiente. Afinal, também pode ingressar na estatística daquele que mais erra quando levanta  a bola na área. Mas esse Fluminense do Levir segue a risca o que os algarismos nos mostram.

Atualmente, o Tricolor possui a segunda melhor defesa do campeonato, mas o pior ataque. Não é necessário queimar os neurônios para entender a razão. Temos, hoje, uma zaga sólida, um sistema bem montado de marcação, e falta de qualidade ofensiva, devido, principalmente, à inexperiência.

Richarlison tem tudo para ser grande jogador. Sigo apostando nisso. Mas não o é. E não deve ser para agora, para o que precisamos. O jovem, que acabara de completar 19 anos,  tem dificuldades de ler uma partida. Quando tem de passar a bola, carrega. Quando precisa conduzi-la, chuta. Quando é para chutar, passa. Situações de jogo que só serão melhor interpretadas quando a idade chegar.

A crise financeira e econômica pela qual passa o país condena o investimento de R$ 10 milhões numa revelação de um clube médio que disputara a Série B. Risco elevadíssimo. Mas foi feito. E o bom senso pede que condições sejam dadas com o objetivo de Richarlison desenvolver seu melhor futebol.

O problema, amigos, é que não há tempo. O Fluminense precisa de reforços para resolver. Para anteontem! O amadurecimento do Richarlison é algo que só o futuro poderá nos responder. Temos pressa. O time do Levir é organizado, aguerrido, mas necessita de um cara pronto pra empurrar a bola para as redes. Antes dele, um meia clássico com capacidade de municiar o centroavante e os pontas.

A partida contra o Corinthians na última quinta me preocupou. Vibrei com o gol, com a vitória, mas pude identificar claramente as deficiências do time. São muitas. Para solucionar, só contratando.

Contrariando a lógica, Levir conseguiu solidez defensiva com dois jogadores lentos, pesados, mas que compensam com bom posicionamento, fruto da experiência adquirida ao longo dos anos. Henrique e Gum têm feito ótimas partidas. Estão bem protegidos. Edson e Douglas trouxeram vitalidade ao meio-campo. Enquanto o nordestino corre para lá e para cá, o garoto parece um veterano, ditando o ritmo daquele setor que é o coração de um time.

Mais a frente, um dos problemas, armação. Cícero não é um meia de ligação. Cansou de dar entrevistas explicando que rende melhor quando vem de trás, com a bola dominada e visão ampla do campo. E tem razão. Em Brasília, participou bem mais do que no duelo em Chapecó. Fez o que um organizador precisa: buscar o jogo quando a bola não chega, aparecer para receber. Mas lhe falta intensidade e cacoete de apoiador mesmo. Teve lampejos, como no passe vertical para Marcos Júnior e um lançamento longo para Richarlison, em que ambos não souberam aproveitar.

Gustavo Scarpa é nosso melhor jogador. Ele sabe disso e, por este motivo, vem tentando mais do que deveria e do que é capaz. Insiste muito em finalizações em momentos inoportunos e, por vezes, prende a bola demais. Foi mal contra o Corinthians, mas dependemos dele. Se não cria, ficamos acéfalos.

Bem postados defensivamente, nossos laterais são quase peças figurativas no ataque. Falta fôlego a Jonathan. Do outro lado, Wellington Silva faz um feijão com arroz até honesto. Mas quando parte para o ataque complica para ele. Todo torto.

Por fim, o rodízio que o Levir anunciou para o ataque não me engana. Vai diversificar os nomes porque nenhum agrada em cheio. Marcos Júnior, Maranhão e Osvaldo são do mesmo padrão. Nosso setor ofensivo é nivelado por baixo. E a realidade é que o moleque de Xerém me parece ser mais útil do que o índio chapecoense e da decepção chamada Osvaldo.

Tá explicado o desequilíbrio no time, que nos dá hoje a nona colocação na tabela. Posição intermediária, futebol razoável, de números medianos. Se o Flu quer brigar pelo título, no mínimo, quatro contratações para a equipe titular: lateral-esquerdo, meia, atacante de velocidade e centroavante. Se não for possível, pelo menos com um eficiente camisa 10 e um 9 com faro de gol, talvez a briga por vaga na Libertadores. Menos do que isso, continuaremos desequilibrados.

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  • Bola dentro se conseguirem Ramon Ábila
  • Alejandro Guerra é o melhor dos nomes; Sornoza é ótima alternativa
  • Não conheço Zelarayán, nem Cláudio Aquino
  • Sneijder, Oscar… Celso Barros já foi eleito?

 

Um grande abraço e saudações!

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