Nobres tricolores,

 
 
 

errei. Pedro não é o que eu vi no início deste ano. Era sim imaturo, demorou a entender que precisava “atacar” a bola ao invés de esperá-la chegar. Precisava se posicionar melhor, simplificar jogadas que eram douradas. O selecionável, hoje, faz tudo isso porque teve sequência que, naturalmente, lhe deu confiança. Não acreditava que Pedro se tornaria no que é.

Errei porque criei uma expectativa descomunal. A enxurrada de gols na base me fez crer que estávamos diante de um fenômeno. Mas nem todos os diferenciados respondem instantaneamente. Acreditava que no Estadual, a competição mais fraca que o Fluminense disputaria no ano, Pedro iria trucidar os pequenos e brilhar em todos clássicos. Não aconteceu.

Matou algumas na canela. Por vezes, achei que o Flu atuava com um a menos e nas redes sociais, celeremente, fomos afincar sobre mais uma “enganação” de Xerém.

Não só este carinha aqui, mas muitos duvidavam da qualidade do Pedro. Mas os absolvo. Me absolvo. Enquanto torcedor, não há qualquer obrigação de acerto numa análise individual. Na minha condição de jornalista, pois, não poderia me deixar contaminar pelo vírus que infesta o futebol brasileiro: o imediatismo.

E quão prazeroso foi esse equívoco! Prever a derrocada de um jogador e vê-lo, dia após dia, comprovar o contrário é uma satisfação. Porque estamos falando do clube que amamos.

Como em várias profissões, a de jornalista é dotada de vaidade e uma pitada de arrogância. Já provei desse sabor, assumo. Mas não há nada mais recompensador do que a reconhecença do erro, principalmente quando ele se configura numa conjuntura extremamente positiva para o Fluminense.

Nada é mais importante do que o sucesso do clube. Da parte de quem se dispõe a traçar estes parágrafos, não há presunção numa análise. Fundamental é que ela, seja com o erro ou acerto, impacte de uma maneira propositiva na instituição pelo qual torcemos.

Quando escrevemos aqui que o Kayke não joga nada, não há torcida para que a opinião seja confirmada. Que o recém-contratado queime a língua do blogueiro, porque o bom desempenho do ex-jogador do Bahia fará o Flu mais forte. Sem ufania.

O compromisso firmado por quem se dispõe a avaliar as coisas do futebol e, especificamente do Fluminense, é não se omitir e ser honesto. Dar com a cara na porta numa observação mal feita ou ser felicitado pelos leitores por um diagnóstico acertado fazem parte do jogo.

Parabéns, Pedro, e obrigado por me fazer errar. Obrigado por me deixar exultante a cada grande jogada, lençol, caneta e gol de placa. Fique e nos conduza ao sonho da conquista sul-americana. Vida longa no Fluminense.

– E Pedro, mais uma vez, salvou a noite. Que futebol feio o do Flu!

– Os olhos do “fiscal” devem estar refletindo cifrões.

– Três zagueiros novamente só com Thiago Silva, Edinho e Ricardo Gomes.

– Airton tem irritado duplamente: Não joga o tempo todo e me faz aturar Richard.

– Onze atacantes, dois meias. Planejamento.

Botafogo colocou mais de 35 mil pessoas no Engenhão. Ingressos de R$ 5 a R$ 20.