Oi pessoal.

 
 
 

O novo técnico do Fluminense concedeu uma entrevista ao Globo Esporte.com que me encheu de esperança.

Ao invés de falar só de “alma”, Oliveira falou sobre técnica:  “Eu gosto de jogar com jogadores hábeis, que armem o time, que tenham uma jogada diferente, uma jogada individual.”

O seu Cruzeiro foi assim. “Ah, mas o Fluminense não tem o elenco do Cruzeiro”, dizem alguns.

Ano passado, o elenco do atual campeão Corinthians também era desprezado, tido até como pior que o instável São Paulo que passou o ano  lutando contra o rebaixamento.

Futebol é postura. Postura esportiva é vencer, nunca temer, porque já se perde aí. E isso se faz montando um time com equilíbrio. Foi o erro de tratar o Fluminense como um pigmeu, a sombra que fez Abel falhar como nosso técnico em 2018.

O fim dos três zagueiros (postes) foi a primeira boa notícia. Sem “poder” barrar Gum – o líder do elenco – Digão deve fazer a zaga e pode sair para cobrir o lateral esquerdo.

Pela entrevista, Marcelo usará 3 volantes e 3 atacantes. Com Douglas no lugar de um dos zagueiros. Se soltar o Sornoza das garras da marcação, valerá a pena.

Minha escalação ideal, aquela que nenhum técnico escala, escolheria Airton e Ibañez, de zagueiro ou 1° volante. Também barraria o Richard, que para compor elenco é bom jogador.

Com Ibañez de volante, ele ficaria no espaço quando Gilberto apoiasse com Jádson. Airton fecharia por dentro na linha da zaga, com Digão cobrindo o corredor esquerdo.

Jádson, Sornoza e os laterais sairiam para apoiar o trio ofensivo: Luciano, Pedro e Robinho.

Minha escalação abriria mão de Gum ou Airton. Jogaria com Gilberto, Ibañez (ou Gum), Digão e Ayrton Lucas; Airton (Ibañez), Jádson e Sornoza;  Robinho, Luciano e Pedro.

Para isso, marcação alta, mais compactada entre as intermediárias e não estacionada entre o nosso goleiro e a linha da bola, como Abel, covardemente, fazia.

Ao ataque, Fluzão!

ESPECIAL COPA: Brasil é favorito?

Sim e não.

Sim, por ser um time bem treinado, com uma zaga que faz uma Copa perfeita e um craque, o jogador do improvável, do imprevisível.

Neymar é uma “furadeira” de retrancas por ser um driblador nato e ter, ao lado, Coutinho, Marcelo e Gabriel Jesus para tentar as tabelas, variando o repertório.

Sim, porque é o Brasil. A camisa pesa pela predisposição da mentalidade ser de vitória.

“Ter camisa” é força mental para quem a veste, além do respeito que se impõe ao adversário, mesmo não sendo melhor tecnicamente.

Preferiria Firmino no lugar de Paulinho. Soltaria o Gabriel pelo lado direito para triangular com Fagner e William, este vindo para a função do Paulinho.

A defesa belga é lenta. Aumentaria nossa velocidade.  O espanhol técnico Roberto Martinez é treinador de campeonato inglês.

Não à toa, o comandante do time belga já cogita tirar o perigoso, veloz e ofensivo Mertens pelo alto e comum Fellaini, para aumentar a estatura das bolas aéreas e povoar seu meio-campo.

Se fizer isso, como torcedora do Brasil, agradecerei, ainda mais com Fernandinho e Paulinho pesando no time.

Com Casemiro, infelizmente, suspenso, o sóbrio Fernandinho vai para o jogo. Mais uma razão para centralizar William e agilizar nossa transição com qualidade.

Tite não fará isso. Mas faz, se precisar, quando substitui, em geral, com perfeição. Afinal, para começar, sempre tira o nulo Paulinho.

E não, o Brasil não é o favorito.

Primeiro, a Copa é na Europa. A FIFA enfrenta investigações e denúncias – com prisões já realizadas, como a do ex-presidente da CBF – e esta acabou de mudar um voto sobre a próxima Copa que pode influenciar.

Não, o Brasil também não é favorito porque seu meio-campo é pouco criativo e seu lado direito, sumido. William teve que sair dali para fazer uma boa partida na vitória sobre o México.

Bélgica e França são mais técnicos que nós, com times mais solidificados entre os setores. Não há grande diferença nos recursos entre um titular comparado a outro.

E não, o Brasil não é o favorito se a França passar pelo Uruguai e a outra semifinal tiver a Croácia, ao invés, da anfitriã Rússia e/ou a Inglaterra.

Motivo? Audiência. Já imaginaram uma final Croácia x Uruguai ? Por questões políticas e de apelo, mesmo com times de qualidade para chegarem, me surpreenderia, afinal, sabemos que muito dos bastidores do futebol entram em campo.

Ainda mais quando falamos de FIFA.

A conferir.

Fraternalmente, ST.

Imagens: Thiago Silva (Gabriel Bouys – AFP) e Marcelo Oliveira (Felipe Siqueira – Agência Globo).