Em 1996, Fluminense e Atlético-PR se enfrentaram nas Laranjeiras em situações opostas pelo Campeonato Brasileiro. Ameaçado de rebaixamento, o Tricolor não podia tropeçar contra o Furacão, embalado com Paulo Rink e Oséas. O Flu saiu na frente, mas levou a virada, perdeu por 3 a 2 e se aproximou do primeiro rebaixamento na história.
Em campo, o goleiro Ricardo Pinto, revelado pelo Fluminense, defendia a meta do Atlético-PR e era dono da melhor defesa do campeonato – sofreu 20 gols em 20 jogos. Durante a partida, o camisa 1 do Furacão sofreu algumas provocações, mas após o apito final, devolveu a provocação aos torcedores, que invadiram o campo e o agrediram. Em entrevista ao UOL, o ex-jogador relembra a barbárie.
– Nunca me preocupei em procurar culpados. Se o cara que veio por trás e me deu a paulada tivesse vindo pela frente, teria sido diferente. Me atingiu covardemente, mas já é passado. Mas não ficou nada de negativo. Ficaram os inúmeros amigos que eu tenho até hoje. Tenho muitos amigos da época do Fluminense – afirmou Ricardo Pinto, que apesar de ter sido revelado pelo Flu, contou que nunca mais retornou as Laranjeiras.
– Nunca mais pus os pés nas Laranjeiras. Alguns repórteres me procuraram, me convidaram, mas não é uma coisa que me agrade. Talvez não agrade também aos tricolores. Mas não sinto falta, apesar de ter passado grande parte da minha vida por lá. Ficaram poucos vínculos com o Fluminense, apesar de ter sido o clube que me projetou e que me deu oportunidade no futebol – disse.