Muricy foi campeão brasileiro em 2010 pelo Fluminense e Abel em 2012 (Fotos: Photocamera e Nelson Perez - FFC)

Campeão brasileiro com o Fluminense em 2010, Muricy Ramalho é atualmente comentarista no SporTV. O ex-técnico gostou muito do que viu no Fla-Flu da final da Taça Guanabara. Para ele, foi o melhor jogo do futebol nacional há muito tempo. E mais: fez rasgados elogios ao trabalho de Abel Braga.

– Eu vi vários jogos da Europa nesse final de semana. Vi Francês, Espanhol, Alemão. O Flamengo x Fluminense foi superior a vários jogos. O investimento é muito alto na Europa. O Flamengo x Fluminense foi diferente. Há muito tempo não via um jogo desse no futebol brasileiro. Teve muita velocidade, intensidade, trabalho tático. O Abel foi muito inteligente, porque sabia que existia um favoritismo para o Flamengo. Jogou dois moleques, pelos lados, muito rápidos, e surpreendeu. O Flamengo tem que ir para cima, tem que propor, não tem jeito. E o Fluminense se posicionou para isso, jogou pelos lados do campo com muita velocidade. Foi um jogo muito bom de se ver. Foi um grande jogo, e a gente fica feliz pelo futebol brasileiro – disse, completando.

 
 
 

Muricy Ramalho foi além e afirmou também que Abel mostra numa época em que só os treinadores mais novos ou estrangeiros são valorizados que os experientes ainda têm grande capacidade.

– Depois da Copa do Mundo, pegaram muito no pé dos treinadores. E o Abel mostrou que tem condições. E muitos têm ainda: Paulo Autuori, Levir (Culpi), Marcelo (Oliveira), Vanderlei (Luxemburgo). Temos muitos bons treinadores. Criou-se uma onda de técnico estrangeiro, era moda. Não sou contra técnico estrangeiro, mas tem de ser bom. A outra nova é que tem de ser novo e estudar. Concordo, tem de estudar. Mas não pode descartar todos que têm mais de 60 anos. Foi o que aconteceu. Foi uma punição, e está difícil para esses técnicos se empregar hoje. O Abel mostrou que esses técnicos estão vivos e podem dar muito para o futebol brasileiro – comentou.

Se Muricy conquistou o Brasileirão de 2010 com o Fluminense, Abel Braga repetiu o feito dois anos mais tarde.