“Está na hora de colocar verdade na entrevista do Presidente Peter ao Uol. Comecemos pela história dele ter poucas vezes interferido no futebol, que esteve entregue ao Dr. Celso e depois ao Mário Bittencourt, segundo ele. Do tempo do Mário nada posso dizer, apesar de soar estranho a história do Presidente não agir no futebol, porque ele e o Mário sempre foram ligadíssimos e sem dúvida, ele escolheu o Mário. O Presidente Peter sempre quis o Mário no futebol. Num determinado momento, ele chegou a colocar o Mário no futebol como assessor especial dele. Antes da minha chegada.
Mas, vamos ao meu período. Fui Vice-Presidente de Futebol do Fluminense no período de maio de 2011 a 04.09.2013. Cheguei lá convidado diretamente pelo Presidente Peter. Ele fez o convite sem interferência alguma do Dr. Celso que, ao saber da notícia, estranhou o convite no primeiro momento, porque eu estava como VP de Esportes Olímpicos. Assumi depois de ouvir o VP Geral, meu amigo Ricardo Martins. Não houve nenhuma interferência do Dr. Celso.
Durante todo o tempo em que estive na VP, todas as decisões no futebol foram do Presidente, muitas com reuniões que se prolongavam horas com a presença do Dr. Celso. Sempre terminaram com decisão consenso. Mas, o Presidente Peter muitas vezes tomou decisões isoladas, como foi o caso da contratação infeliz do Martinnuccio. Decisão isolada do Presidente Peter, aconselhado pelo Gerente Marcelo Teixeira. Eu mesmo, Vice-Presidente de Futebol, só tomei conhecimento depois de acontecido o fato.
Uma decisão feliz na época, também do presidente Peter foi a contratação do Rodrigo Caetano. O presidente Peter consultou o Dr. Celso para que a patrocinadora participasse dos custos. O Presidente Peter insistiu muito para ter o Rodrigo Caetano.
Por fim, a saída do Abel. Eu estava em Porto Alegre, para jogo Fluminense e Grêmio. O Fluminense sofreu a quinta derrota consecutiva. Recebi uma ligação do Dr. Celso, que estava em companhia do Presidente Peter, para minha surpresa, uma situação que nunca aconteceu – o Presidente Peter assistir jogos na casa do Dr. Celso.
Eu estava com a comissão técnica, Abel inclusive. Rodrigo Caetano tinha ido para a casa da família dele em Porto Alegre. Dr. Celso quis saber como estava o clima depois da derrota. Respondi: “Péssimo, doutor”. Então, Dr. Celso passou o telefone para o Presidente Peter, que me disse que estava sofrendo muita pressão, principalmente, da FluSócio. Disse que a situação estava insustentável. Depois disso, perdemos o Abel, com a concordância do Presidente Peter.
Esclarecido está o episódio do Abel e a história de que o presidente Peter nunca administrou o futebol.”