Bryan Rabello é um dos nomes na lista de atletas sem clube

Nobres tricolores,

que 2020 seja um ano de muita saúde e realizações para vocês. Dentro de campo, claro, torcendo pelo resgate do Fluminense. Que consiga se reestruturar minimamente, oferecendo boas condições de trabalho para seus profissionais e nos dê a satisfação de vê-lo em campo, competindo entre os melhores.

 
 
 

Da nossa parte, seguimos firmes no propósito de mostrar tudo o que acontece no clube, com a premissa que nos acompanha há mais de uma década: o torcedor tricolor, sócio ou não, tem o direito de saber o que ocorre no Fluminense.

Mas também podemos ir um pouquinho além e, com toda a humildade que nos cabe, não apenas elogiar ou criticar, mas sugerir, tentar construir. Fiz isso no post anterior (confira aqui) e acredito que a mensagem foi bem recebida a quem de direito.

Sei bem que a diretoria não gosta muito quando “metemos o bedelho”, afinal, conta com um departamento de scout, pessoas que estão lá para trabalhar exatamente no monitoramento do mercado. Mas o proposto é endereçado não necessariamente aos dirigentes, mas ao torcedor, que desconhece a maioria dos atletas listados, uma vez que o clube, por razões evidentes, não anunciaria jogadores que lhe interessam publicamente.

Antecipando uma crítica, vos digo: nacionalidade não define qualidade. Pouco importa o local de nascimento do jogador, o idioma que ele fala ou seus costumes. Precisa ser bom. Criar identidade com o clube e, junto com outros, formar um time forte. Mas é óbvio o pouco apreço da atual gestão por atletas estrangeiros e isso me soa, no mínimo, estranho. A pergunta que fica é: Por que não?

Me agrada jogadores estrangeiros no Fluminense não apenas pelo valor, muitas das vezes, inferior ao que se paga à atletas medianos supervalorizados por aqui, a raça exibida nos gramados, mas também e, principalmente, a cultura tática. Argentinos, uruguaios e chilenos são conhecidos pela rápida adaptação a modelos de jogo, já que são comandados por profissionais com maior capacitação do que nossos “professores”. Já foi dito por aqui, o curso de treinador na AFA, a federação argentina, dura dois anos. A CBF realizou um cursinho de uma semana em Teresópolis e o Barriga Santa, Renato Gaúcho, brincou, dizendo estar no Alcatraz….

O técnico brasileiro está defasado e não é surpresa que nenhum deles possa assumir um clube na liga mais forte do planeta, a inglesa. Quantos treinadores tupiniquins fazem ou fizeram sucesso recente na Europa? E são esses caras que formam nossos jogadores, que ditam regra que, em grande parte das vezes, é na base do “vamu lá” e “pra cima deles”.

O atleta brasileiro, por sua vez, é tratado como desobediente taticamente e isso não é sem razão. Quantas vezes você já viu um jogador daqui numa liga de terceiro escalação como Turquia ou Rússia atestar sua evolução no modo de enxergar futebol?

Eu não tenho a menor dúvida de que há, em quantidade, jogadores tecnicamente melhores no Brasil do que nos vizinhos. Mas quantos dele são bem orientados, conseguem extrair o máximo de suas capacidades? O jogador brasileiro aprende a cumprir determinadas funções. Mas quantos são ensinados sobre o que é esse esporte? “Entre em campo e dê o seu melhor” não basta mais. É preciso entender o que se passa no complexo jogo de futebol.

Voltando às escolhas, só para citar um exemplo de má gestão, será que não existe um atacante mais qualificado em algum país aqui do lado, pagando-se o mesmo, do que Pablo Dyego, cujo contrato foi renovado por mais dois anos? Um jogador que fará 26 primaveras em 2020 e nunca trouxe retorno esportivo, após passagens por quatro clubes, todos por empréstimo.

Não acho que rechear o time de estrangeiros mudará o Flu de patamar. Até porque tem muito gringo ruim. Mas há os bons. A proposta é causar reflexão: Por que não?

Paulo Angioni fala na criação de um time sub-23 por entender que a maturação do jovem jogador brasileiro é muito tenra e, por isso, acaba sendo necessário ir a mercados como Uruguai ou Equador para fortalecer o elenco. Novamente: Por que não?

O Fluminense com seu time de aspirantes não irá revolucionar o futebol brasileiro, que carece de um calendário melhor definido e maior incentivo. Um clube que tem dificuldades de cumprir com suas obrigações mais básicas não pode se dar ao luxo de capitanear um movimento que não depende apenas dele mesmo. Há dificuldade para renovar o contrato do Digão! Prioridades.

Sem mais delongas, vamos à segunda parte de indicações. Fiz a consulta de alguns deles no site alemão Transfermarkt, que traz informações precisas, tais como ficha técnica, período contratual, inclusive, agentes de alguns deles. A maioria dos nomes já conhecia, por observação, outros por indicações.

A maior parte dos jogadores abaixo tem seus contratos encerrados neste 1º de janeiro de 2020. Portanto, não haveria custo para o Fluminense no que tange a investimento. Dependendo do caso, há o pedido por luvas, o que, naturalmente, encareceria a contratação.

Desconsiderei posições como goleiro, lateral-direito e zagueiro, já que o Flu não procura nomes para esses setores. Em relação à faixa etária, há apenas um com mais de 30 anos, por compreender a necessidade de o Flu ser competitivo e buscar atletas com fome de vencer na profissão. Vamos nessa!

Cristian Gutiérrez, lateral-esquerdo

Revelado nas categorias de base do Colo-Colo. Assinou seu primeiro contrato profissional em 2015, com validade de quatro anos. Tratado como promessa do futebol chileno, o lateral-esquerdo foi convocado para a seleção sub-20 do país, sendo titular na disputa do Sul-Americano da categoria em 2017. Jogou por empréstimo no Unión Española, em 2017, e Huachipato, em 2018. Atuou em apenas seis jogos na liga local e deu uma assistência. Seu contrato expirou no dia 31 de dezembro e já foi liberado pelo Colo-Colo.

FICHA TÉCNICA

Nome completo: Cristián Daniel Gutiérrez Zúñiga
Posição: lateral-esquerdo
Nascimento: Québec (Canadá); Tem dupla nacionalidade
Idade: 22 anos
Altura: 1,76m
: esquerdo
Clubes: Colo-Colo, Unión Española e Huachipato
Valor de mercado: 600 mil euros (R$ 2,7 milhões)

Vídeo:


Emiliano Vecchio, meia

Mais um jogador com passagem pelo Colo-Colo. Foram 70 jogos ao todo, 11 gols e 18 assistências. Esteve recentemente no Santos, mas sem brilho. Imaginando a saída do Nenê, seria o substituto ideal do Ganso, pois tem estilos semelhantes: lento, mas com qualidade no passe e visão de jogo. Seu último clube foi o Al Ittihad, da Arábia Saudita . No Transfermarkt consta que seu contrato foi encerrado no fim de novembro de 2019 e está sem clube. Avisou que quer voltar para a América do Sul. Disputou 10 partidas pelo clube asiático, fez quatro gols e deu três assistências. Alguns sites relacionados ao Colo-Colo puseram Vecchio como um dos melhores meias da última década, ao lado de Jorge Valdívia e Macnelly Torres.

FICHA TÉCNICA

Nome completo: Emiliano Gabriel Vecchio
Posição: meia ofensivo
Nascimento: Rosario (Argentina)
Idade: 31 anos
Altura: 1,76m
: direito
Clubes: Rosario Central (ARG), Fuenlabra (ESP), Grêmio Prudente, Corinthians, Defensores (ARG), Unión Española (CHI), Colo-Colo (CHI), Qatar SC (QAT), Santos, Al Shabab (EAU) e Al-Ittihad (ARA)
Valor de mercado: 750 mil euros (R$ 3,4 milhões)

Vídeo:

Nicolás Aguirre, volante

Volta a aparecer na lista, porque segue sem clube, logo, ainda existe a oportunidade de mercado. Com ou sem a manutenção do Allan, seria interessante imaginando o Flu no 4-1-4-1, esquema de preferência de Odair Hellmann. Aguirre poderia ser este primeiro volante a frente dos zagueiros ou na segunda linha de quatro, pela esquerda, já que é canhoto. Jogador de força, marcador, mas com chegada a frente, chute forte e com uma qualidade que não temos no elenco: cobrador de faltas. Foi oferecido ao Vasco no meio do ano. Está sem clube desde a saída do Granada (ESP). Titular do Lanús (ARG), vice-campeão da Libertadores de 2018.

FICHA TÉCNICA

Nome completo: Nicolás Diego Aguirre
Posição: volante
Nascimento: Chabas (Argentina)
Idade: 29 anos
Altura: 1,81m
: esquerdo
Clubes: Arsenal (ARG), Atlético Rafaela (ARG), Lanús (ARG), Dangdai (CHN) e Granada (ESP).
Valor de mercado: 1 milhão euros (R$ 4,5 milhões)

Vídeo:

Bryan Rabello, meia

Passagens por todas as seleções de base, desde sub-15 passando por sub-17 , sub-20 e profissional. Iniciou a carreira no Colo-Colo e tem experiência internacional. Comprado pelo Sevilla (ESP) em 2012, atuou durante muito tempo no México, sendo titular em todas as equipes. Entre 2018 e 2019, pelo Lobos, fez 34 partidas. Estava no Universidad Concepción (CHI). É um meio-campista que atua centralizado, mas também pode atuar pelos dois lados do campo. Jogador rápido, de toque de bola. Destro, mas trabalha bem com os dois pés.

FICHA TÉCNICA

Nome completo: Bryan Martín Rabello Mella
Posição: meia
Nascimento: Rancagua (Argentina)
Idade: 25 anos
Altura: 1,68m
: direito
Clubes: Colo-Colo (CHI), Sevilla (ESP), La Coruña (ESP), Leganés (ESP), Luzern (SUI), Santos Laguna (MEX), Pumas (MEX), Lobos (MEX), Universidad Concepción (CHI),
Valor de mercado: 1,2 milhão euros (R$ 5,4 milhões)

Vídeo:

Brian Fernández, atacante

Assim como Nicolás Aguirre, aparece outra vez pelo mesmo motivo. Com um agravante: é um jogador com problemas pessoais, pois já esteve envolvido com drogas em algumas ocasiões. Com a cabeça no lugar, asseguro que é jogador para ser titular. Atacante de velocidade, técnico e, ao contrário dos pontinhas rápidos que, geralmente, driblam muito, mas chutam mal, Brian tem na finalização um de seus pontos fortes. É destro, mas também pode jogar pela esquerda ou até mesmo por dentro como um “falso 9”. Sem clube desde novembro, quando não teve seu contrato renovado com o Portland Timbers (EUA), onde teve boa média de gols: 15 em 23 partidas. Curiosidade: jogou em 2018 no Unión La Calera , adversário do Flu na Sul-Americana. Por lá fez 11 gols em 12 jogos. Vale um contrato por produtividade. Da lista é o que tem maior valor de mercado, portanto, com possibilidade de fazer dinheiro futuramente.

FICHA TÉCNICA

Nome completo: Brian Leonel Fernández
Posição: atacante
Nascimento: Santa Fé (Argentina)
Idade: 25 anos
Altura: 1,72m
: direito
Clubes: Defensa y Justicia (ARG), Racing (ARG), Sarmiento (ARG), Metz (FRA), Unión La Calera (CHI),
Valor de mercado: 6 milhões de euros (R$ 27 milhões)

Vídeo:

Kevin Méndez, atacante

Promessa do Peñarol (URU), foi destaque no Mundial Sub-17 de 2013 pela seleção uruguaia. Também disputou o Sul-Americano no mesmo ano e o Mundial Sub-20, em 2015. Comprado pela Roma (ITA) sob enorme expectativa, não vingou profissionalmente. Esteve emprestado a outros clubes europeus. Vinha jogando na Ucrânia antes de ficar livre no mercado. Quase fechou com o Sport , mas por um desacordo, a negociação não foi adiante. Faria um contrato de produtividade. Pode jogar como centroavante, ponta direita e, até mesmo, meia central.

FICHA TÉCNICA

Nome completo: Alán Kevin Méndez Olivera
Posição: atacante
Nascimento: Trinidad (Uruguai)
Idade: 23 anos
Altura: 1,76m
: direito
Clubes: Peñarol (URU), Roma (ITA), Peruggia (ITA), Lausanne (SUI), Viterbese (ITA) e Karpaty (UCR)
Valor de mercado: 300 mil euros (R$ 1,3 milhão)

Vídeo:

Gonzalo Bueno, meia-esquerda

Outro jogador que atuou pelas seleções de base do Uruguai. Participou do Sul-Americana e Mundial sub-20 de 2013. É um meia que atua pela esquerda basicamente finalizador e cruzador de bolas.Tem sido especulado no Sporting Cristal, que disputará a Libertadores deste ano. Como todos da lista, sem clube, bastando, portanto, negociar salários. Vejo como um jogador de composição de elenco.

FICHA TÉCNICA

Nome completo: Gonzalo Diego Bueno Bingola
Posição: meia-esquerda
Nascimento: Montevidéu (Uruguai)
Idade: 26 anos
Altura: 1,76m
: esquerdo
Clubes: Nacional (URU), Krasnodar (RUS), União da Madeira (POR), Estudiantes (ARG), Defensor (URU), Patriotas (COL), Almería (ESP) e Colón (ARG)
Valor de mercado: 600 mil euros (R$ 2,7 milhões)

Vídeo:

Joao Plata, meia-esquerda

Promessa da LDU (EQU), Joao Plata é daqueles “nanicos” dribladores, estilo Soteldo, do Santos, destro, que joga pela esquerda, cortando para o meio em direção ao gol. Surgiu na Liga de Quito em 2009 e foi negociado com o exterior três anos depois. Seu contrato com o Real Salt Lake (EUA) venceu em 31 de dezembro passado e está livre no mercado. Estava no clube norte-americano desde 2013 com 201 jogos disputados, 53 gols marcados e 45 assistências. Tem convocações para a seleção equatoriana, mas sem destaque. Na última temporada disputou 21 jogos e marcou dois gols. Sofreu com lesões, especialmente no primeiro semestre.

FICHA TÉCNICA

Nome completo: Joao Jimmy Plata Cotera
Posição: meia-esquerda
Nascimento: Guayaquil (Equador)
Idade: 27 anos
Altura: 1,60m
: direito
Clubes: LDU (EQU), Toronto (CAN), Salt Lake City (EUA)
Valor de mercado: 800 mil euros (R$ 3,6 milhões)

Vídeo:

Agustín Doffo, meia-esquerda

Jogou na Chapecoense em 2018 e teve seu nome especulado no Fluminense ano passado. É um meia canhoto, com habilidade. Atua também centralizado na meiúca e também pode fazer a referência na área, mas saindo mais para buscar o jogo pelas características. Mas não é um jogador de fazer muitos gols. Trata-se daquele “jogador-tático” que acaba se tornando útil por desempenhar mais uma função. Pelo estilo, eu o testaria como volante pela esquerda. Estava no Chile e foi titular na maior parte do tempo. Contratou terminou em dezembro de 2019 com o O’Higgins.

FICHA TÉCNICA

Nome completo: Agustín Doffo
Posição: meia-esquerda
Nascimento: Córdoba (Argentina)
Idade: 24 anos
Altura: 1,79m
: esquerdo
Clubes: Vélez (ARG), Villarreal (ESP), Chapecoense e O’Higgins (CHI)
Valor de mercado: 450 mil euros (R$ 2 milhões)

Vídeo: