Foto: Nelson Perez/FFC

Tinha tudo para ser uma noite histórica do Fluminense. Um primeiro tempo aplicado, com atitude poucas vezes vista, vantagem de 3 a 1 no segundo tempo, mas o imaturo time de Abel Braga não suportou a vantagem, levou o empate em 3 a 3 e está eliminado da Copa Sul-Americana. Renato Chaves, duas vezes, e Lucas fizeram para o Tricolor. Diego, Felipe Vizeu e Willian Arão marcaram para o Flamengo.

O veneno do gol no início, provado pelo Fluminense durante vários jogos, foi injetado pelo Tricolor em seu rival. Com apenas dois minutos, Marcos Júnior achou Lucas solto pela direita. Ele dominou e soltou o pé: bola na rede. Melhor começo, impossível.

 
 
 

A torcida delirou com a quebra da vantagem do adversário em tão pouco tempo, mas a comemoração não durou muito. Aos nove, o herói se tornou vilão. Lucas fez uma falta completamente besta, desnecessária em Diego, que estava de costas para o gol, na entrada da área. O camisa 10 do Fla bateu, a pelota saiu fraca, mas o xará, Cavalieri, demorou para pular nela e veio o empate.

A partir daí, o confronto ganhou contornos diferentes de todos os outros Fla-Flus da temporada. Jogadores de ambos os times, muito nervosos, trocaram o futebol pelas entradas violentas. A partida ficou feia e aquela altura não era impossível imaginar que alguém sairia expulso.

A partir dos 20 minutos, porém, os ânimos se acalmaram e o Fluminense, numa incrível demonstração de aplicação, vontade e atitude, foi superior ao Flamengo. Brigou pela primeira e segunda bolas, marcou impecavelmente, atacou com velocidade e não deixou o Fla respirar. Faltava caprichar mais no passe final, na finalização e no cruzamento. Mas a entrega que o time demonstrara seria recompensada.

Não sem antes Diego Alves espalmar uma bola à queima roupa de Renato Chaves, que explodiria o lado verde, grená e branco minutos depois.

Sornoza cobrou escanteio com perfeição na cabeça do zagueiro, que tocou no canto esquerdo do goleiro flamenguista. Só restou olhar a bola entrando: 2 a 1. Um Maracanã lotado de rubro-negros e a festa da minoria tricolor, que calou a multidão. Tudo normal.

E o jogo estava tudo para o Fluminense. No início do segundo tempo, aos 10, Renato Chaves, que fez sua melhor partida com a camisa tricolor, ampliou, novamente, de cabeça.

Marcos Júnior saiu machucado e Abel Braga inventou Romarinho, que não acertou nada. Trouxe o Fla para cima.

O terceiro gol, que poderia dar uma tranquilizada no time de Abel, acabou tendo efeito reverso. Os jogadores do Flu ficaram nervosos, começaram a fazer muitas faltas bobas e deixou alguns vacilos na marcação.

Abel voltou a mexer mal e tirou Sornoza, a cabeça pensante do time, e pôs  Wendel, um carregador de bolas, que desarma menos do que o equatoriano e é menos cerebral.

O Flamengo foi para cima e diminuiu com Felipe Vizeu. O Tricolor ainda teve mais algumas jogadas de contra-ataque, mas se desesperou. E no desespero do jovem time tricolor, o rival conseguiu chegar ao empate que lhe garantiria a classificação. Lucas não subiu e William Arão cabeceou para a rede. Frustração. Decepção. Faltam palavras para definir uma classificação que esteve próxima.