CBF de Ricardo Teixeira foi pivô de decisões no tapetão
CBF de Ricardo Teixeira foi pivô de decisões no tapetão

O site Globoesporte.com relembrou os casos em que o Fluminense esteve envolvido em supostas viradas de mesa. A rigor, o clube nunca reivindicou sua permanência na Série A no tapetão. Dois fatos mancharam – mais uma vez –  o futebol brasileiro e o Tricolor foi tachado pela imprensa, de maneira equivocada e irresponsável, de precursor da desmoralização. Veja abaixo:

1996 – CASO IVENS MENDES

 
 
 

O Fluminense terminou o Brasileirão de 1996 na 23ª posição e foi rebaixado ao lado do Bragantino. O Tricolor disputaria a Série B no ano seguinte. Mas tudo mudou quando o Jornal Nacional, da TV Globo, denunciou – no dia 7 de maio de 1997 – um esquema de corrupção dentro da CBF envolvendo venda de jogos e financiamento para campanhas políticas. O pivô da confusão foi Ivens Mendes, que era presidente da Conaf (Comissão Nacional de Arbitragem de Futebol) desde 1988. Gravações telefônicas mostraram Mendes supostamente negociando o resultado de jogos com o então presidente do Atlético-PR, Mario Celso Petraglia, e o presidente do Corinthians na época, Alberto Dualib.

O dinheiro envolvido seria utilizado na campanha de Ivens Mendes a deputado federal em 1998. No dia seguinte à reportagem, o presidente da Conaf pediu afastamento do cargo, mas alegou ser inocente. Como os únicos indícios do crime foram apontados por gravações clandestinas, o processo não foi adiante na Justiça Comum. Já o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) tomou algumas decisões: baniu Ivens Mendes do futebol, Petraglia e Dualib foram impedidos de representar seus clubes perante à CBF e o Atlético-PR começou o Campeonato Brasileiro de 1997 com cinco pontos negativos. Por fim, o rebaixamento de Fluminense e Bragantino em 96 foi cancelado, o que deixou o Brasileirão com 26 clubes.

Furacão e Timão, no entanto, pouco ficaram marcados pelo escândalo. A fama recaiu sobre o Fluminense, clube que acabou permanecendo na Série A após as decisões do STJD. Muito também pela atitude do então presidente tricolor Álvaro Barcellos, que abriu uma champanhe para comemorar o cancelamento do rebaixamento.

 

1999 – CASO SANDRO HIROSHI

Três anos depois, nova confusão no futebol brasileiro. Em campo, o Fluminense venceu a Série C e se classificou para disputar a Segunda Divisão. Mas o Campeonato Brasileiro de 2000 não foi realizado. Em 1999, o caso Sandro Hiroshi mudou o fim da competição. Naquele ano, o rebaixamento era definido pela média dos pontos obtidos nos dois últimos campeonatos. Pelos resultados em campo, Botafogo-SP, Juventude, Paraná e Botafogo deveriam disputar a Série B. Mas o clube carioca conseguiu ganhar no STJD os três pontos da partida na qual foi goleado por 6 a 1 pelo São Paulo, alegando que o atacante Sandro Hiroshi atuou de forma irregular (além do problema na inscrição, descobriu-se depois que o jogador também havia adulterado sua idade).

O Internacional também ganhou dois pontos no Tribunal após empatar com o São Paulo, mas essa decisão não influenciou no rebaixamento. Com os pontos dados ao Botafogo, o Gama-DF acabou caindo para a Série B. O clube de Brasília não aceitou a manobra e recorreu à Justiça Comum. A disputa se estendeu por meses e a CBF desistiu de organizar o Brasileirão de 2000. No fim, o Clube dos 13 assumiu o comando e criou a Copa João Havelange, que teve a participação de 116 clubes divididos em quatro módulos. Na hora de esquematizar o Módulo Azul, correspondente à Série A, ficou decidido que ele seria formado por 25 clubes: os 17 que, pelos critérios esportivos deveriam permanecer na série A, Santa Cruz e Goias (que subiram da Série B), Botafogo (que não foi rebaixado por decisão do STJD), Gama e Juventude (que não desceram para Série B), Fluminense (que ganhou a Série C em 1999), mais Bahia e América-MG (que jogaram a Segunda Divisão em 1999).


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