Foto: Marcelo Gonçalves - FFC

Flamengo 1 x 0 Fluminense – Semifinais do Carioca – Cruzamento da direita, Cebolinha entra e faz.

Flamengo 2 x 0 Fluminense – Cruzamento da esquerda, Pedro 2 x 0.

 
 
 

Fluminense 2 x 1 Colo-Colo – Cruzamento na área, gol do Colo-Colo.

Fluminense 2 x 2 Bragantino – Dois cruzamentos na área originaram os dois gols do Bragantino.

Fluminense 2 x 1 Vasco – Gol do Vasco, outro cruzamento na área.

Um outro cruzamento foi responsável pelo terceiro gol do Corinthians na goleada por 3 a 0. E sábado, mais um cruzamento e empate do Galo.

Acabado o jogo:

“Felipe Andrade é baixo, não pode ser zagueiro”. “ Quero ver agora pedir o Felipe Andrade“. Franzino, não tem condições de ser zagueiro”

E é engraçado que os mesmos que já vaticinaram que o rapaz não tem condições de ser zagueiro, são os que afirmam, baseado em jogos contra times pequenos do medíocre Carioca, que o lugar dele é no meio-campo.

Rótulos, rótulos e mais rótulos. Premissas derivadas de um lance. Não uma, duas temporadas, não alguns jogos, um mísero lance já é suficiente pra trucidar o jogador.

O Fluminense tem 10 gols tomados em 5 jogos do brasileiro. Essa média absurda de gols sofridos, a continuar, inviabiliza qualquer briga que não seja contra o rebaixamento.

Sim, Felipe Andrade falhou no gol do Atlético-MG. E a falha não guarda nenhuma relação com seu tamanho (apenas um centímetro a menos que Felipe Melo) ou com seus corpo pretensamente franzino, afinal o jogador que antecipou e fez de cabeça foi um cara de 1,75 numa bola que veio baixa, rápida, no primeiro pau.

Sim, muita gente pediu oportunidade pro Felipe. E pediu por um motivo muito simples: a situação da zaga do Fluminense, com a saída do Nino, é uma calamidade.

E olha que esse texto não vai abordar nem a incompetência completa de todos os zagueiros na bola alta ofensiva ou a incapacidade completa de defender espaços nas transições do adversário (também responsáveis por uma boa quantidade de gols sofridos).

Felipe Andrade não estava na zaga na imensa maioria dos gols citados acima, no início do texto. Esse texto nem é uma defesa ao jogador, até porque eu não o conheço o suficiente pra saber se vai ser um bom zagueiro, um bom meio-campista ou qualquer outra coisa.

O objetivo desse texto é mostrar como existe uma seletividade na crítica, dependendo do que cada um entende do jogo.

A análise é deixada de lado, os fatos idem, porque o mais importante é a busca incessante por uma narrativa que atenda uma ideia pré-concebida.

Se na sua cabeça o Felipe Andrade é meio-campo, vai bastar uma falha dele na zaga para você vaticinar que o lugar dele é no meio.

E o contrário também ocorre. Se achar que o rapaz é zagueiro, na primeira partida ruim no meio-campo, você vai afirmar que ele não tem condições.

O Felipe Andrade é só mais exemplo de como os não protegidos, os não ídolos, são analisados com um peso totalmente desproporcional. E isso também vale pra outras posições.

Ninguém no elenco do Fluminense, hoje, merece a titularidade na zaga. Esse é o fato que se mostra incontestável.

O zagueiro de sua preferência, seja Manoel, Felipe Melo, Thiago Santos ou Antônio Carlos, falha jogo sim, outro também.

Mas nenhum deles recebeu a mensagem de “não tem condições de ser zagueiro”

Pode não ter, talvez não tenha, o tempo vai dizer, mas não é um lance, porque um lance em que o atacante te antecipou já aconteceu na carreira dos maiores zagueiros da história. Felipe Andrade não é essa falha.

E quem aponta o dedo hoje pra ela, ignorando as outras cometidas por seus preferidos, é covarde.

Saudações Tricolores!