É, tricolores, o sonho da Libertadores acabou. Agora é hora de focar na Copa do Brasil, que é a única chance de título que ainda temos na temporada. E o desafio é igualmente difícil, ou maior. Nosso adversário, o Galo mineiro, é simplesmente o líder do Brasileirão e semifinalista da Libertadores.

O momento do nosso adversário é excelente, vindo se uma sequência invicta de 16 jogos na temporada e de uma classificação na fase de quartas-de-finais da Libertadores na qual passou pelo temível River Plate(ARG) com um placar agregado de 4×0.

 
 
 

Mas a boa notícia é que o mesmo Atlético foi nosso último adversário no Campeonato Brasileiro, jogo de estréia do novo/velho conhecido treinador Marcão. Após eliminação na Libertadores e demissão de Roger Machado, conseguimos quebrar uma sequência de nada mais, nada menos, que 9 vitórias consecutivas do Galo na atual edição do Brasileirão e ainda nos mantivemos na liderança do placar até os 38 do segundo tempo. Ou seja, entramos vivos no confronto sim, apesar do favoritismo inegável deles. E só pra lembrar, eles não vencem o Flu no Rio há 6 anos.

O bom treinador Cuca, com histórica passagem pelo Fluminense em 2009, escala o time preferencialmente no esquema 4-2-3-1, embora tenha entrado em campo segunda no 4-1-4-1 em função do desfalque do volante Jair. Mas números e modelos táticos estanques não se aplicam a esse Atlético. A principal qualidade do time é exatamente a intensa movimentação ofensiva com constantes trocas de posição entre os jogadores de frente.

O atacante Hulk, grande destaque do time ao lado do ótimo meia argentino Nacho Fernández, joga de falso 9 e não dá referência à defesa adversária. Sua movimentação busca sempre abrir espaço para a infiltração dos atacantes de lado (Vargas, Savarino e Zaracho que se revezam nas 2 posições) que fazem muito bem o facão e ocupam constantemente a área. A chegada na área do Nacho como elemento surpresa também é uma jogada muito perigosa. Outra qualidade a ser ressaltada é a qualidade no apoio dos laterais. Arana está voando, é jogador de seleção brasileira, e uma das peças ofensivas mais importantes do time. Mariano, nosso campeão brasileiro de 2010, vive ótima fase mas deve ser desfalque para o primeiro confronto. O substituto é o igualmente talentoso Guga.

Então como enfrentar esse poderoso adversário e buscar equilibrar as coisas dentro de campo?? Marcão explicou claramente na entrevista pós-jogo segunda qual foi o plano estratégico adotado e já cantou a pedra que espera um jogo parecido amanhã. Ou seja, pelo menos o Flu manterá a mesma proposta de jogo. A escalação de 3 volantes formando uma trinca de meio, com o time posicionando no 4-1-4-1, teve como objetivo bloquear as infiltrações entre linhas que o Atlético faz tão bem, criar uma sobra na segunda linha de marcação e uma proteção para a primeira. André desempenhou muito bem essa função, a marcação encaixou, dificultamos muito a produção ofensiva do adversário e na única falha de posicionamento do nosso volante sofremos o gol de empate.

Para alcançarmos a classificação esse erro não pode se repetir. Além disso, seria interessante manter por um período maior dos 2 jogos a postura mais agressiva com a qual entramos em campo segunda-feira, mordendo mais na frente, tentando recuperar a bola no campo de ataque e dificultando o trabalho de bola adversário. A postura inicial foi essa, com os pontas e os meias marcando mais na frente, porém só foi mantida até a marcação do pênalti a nosso favor aos 21 minutos. É muito pouco tempo de coragem em campo, e um placar de 1×0 contra um oponente desse nível é magro demais para baixar tanto as linhas como foi feito e tentar segurar o resultado. Uma hora a casa cai… e caiu.

Para terminar vamos ao caminho das pedras. Eu vejo 2 fraquezas no sistema defensivo do Galo. E ambas puderam ser observadas claramente por quem assistiu ao confronto de segunda. A primeira é o espaço muito grande que é dado para finalizações de fora da área. Essa arma precisa ser bastante explorada, embora não seja uma característica marcante desse time do Flu. A segunda é que, por ocupar o campo de ataque com muita gente, o Atlético dá muito espaço para o contra-ataque. Tivemos fartos espaços para serem explorados no segundo tempo, desperdiçamos muitas boas situações, e em uma dessas oportunidades criamos uma claríssima chance de matar o jogo desperdiçada por Gabriel Teixeira.

Isso não pode se repetir. Se tivermos apenas 1 chance de nocautear o Atlético, não podemos errar. Só assim teremos chance de alcançar a classificação.

Preparados amigos? Então vamos com tudo, jogar com coragem porque o Fluminense é gigante, precisa entrar em campo com pensamento do seu tamanho.

Time base do Atlético-MG: Everson, Guga, Nathan Silva, Jr Alonso, Arana, Allan, Zaracho, Savarino (Tchê Tchê), Nacho, Vargas (Savarino), Hulk.