Principal grupo de apoio à gestão Pedro Abad, a Flusócio se manifestou sobre as informações divulgadas na imprensa sobre a reunião do Conselho Diretor, realizada na noite da última quarta-feira, nas Laranjeiras.

De acordo com o grupo, houve um “vazamento seletivo e enviesado” do que ocorreu no encontro envolvendo o presidente Pedro Abad e os vice-presidentes do clube. Segundo eles, dentre outras coisas, a discussão abordou “ajustes contábeis nas contas de 2016, já aprovadas em todos os conselhos do clube”, e explicou o que seria o processo.

 
 
 

Confira a nota da Flusócio na íntegra:

“Vazamentos mentirosos

Nossa base foi surpreendida hoje com um vazamento seletivo e enviesado do que aconteceu na reunião do Conselho Diretor de ontem à noite.

Na reunião em questão, foram discutidos ajustes contábeis nas contas de 2016, já aprovadas em todos os conselhos do clube. Existem revisões técnicas a ser feitas para maior e para menor em algumas rubricas, basicamente as relacionadas às provisões de contingências. Estes itens são uma espécie de estimativa feita pelos escritórios de advocacia que prestam serviços ao clube, para pagamento de processos judiciais.

Contingências são uma condição ou situação cujo o resultado final, favorável ou desfavorável, depende de eventos futuros incertos. Em contabilidade essa definição se restringe às situações existentes à data das demonstrações e informações contábeis, cujo efeito financeiro será determinado por eventos futuros que possam ocorrer ou deixar de ocorrer.

Ficou definido que algumas destas questões serão retificadas tecnicamente no balanço de 2016, e obviamente impactarão o balanço de 2017. Ficou decidido ainda o compromisso de todos os envolvidos em apresentar as contas de 2017 com celeridade, pois o prazo legal para publicação não foi cumprido pelo Depto Financeiro.

Não houve qualquer deliberação sobre reabertura de votação de contas no Conselho Deliberativo, até porque isso não está previsto no Estatuto e nem na legislação, e nem compete ao forum do Conselho Diretor. O que houve foi um breve debate sobre a desnecessária politização do tema. Alguns Vice-Presidentes reforçaram que os ajustes são técnicos, e devem ser aplicados como tal para que o balanço do Flu seja o mais fidedigno possível. Qualquer outro movimento seria meramente político.

Também não é verdade que o rito estatutário não tenha sido respeitado na aprovação das contas de 2016. Os conselheiros foram convocados nos prazos corretos, receberam todo o material. O Conselho Fiscal atual deu parecer favorável e unânime à aprovação das contas datado de 15/05/2017, e esse parecer foi seguido pela ampla maioria da plenária do Conselho Deliberativo. A votação por contraste sempre foi largamente usada na casa quando o resultado final fica claro, como aconteceu naquele dia. O Estatuto obriga escrutínio secreto apenas em casos específicos, e a votação nominal é usada pela Mesa Diretora apenas quando há dúvidas sobre a vontade da maioria.

Parte da oposição defende que não houve superavit de R$ 8 milhões em 2016 mas sim um déficit de R$ 72 milhões, sob argumento de que a renovação do contrato de televisionamento deveria ser discriminada no balanço dos anos a que se refere, ou seja, 2019-2024. Mas esta visão não é suportada pelas normas do Conselho Federal de Contabilidade e auditorias independentes, que consideram correta a forma como o Fluminense declarou. A mesma forma de declarar as luvas do contrato de TV foi usada pela maioria dos clubes brasileiros.

Consideramos pertinente a discussão se esta é a melhor forma de declarar luvas no balanço, mas repudiamos o uso político do assunto, que é ainda menos legítimo se partir do grupo Tricolor de Coração, bloco político que comandava a Vice-Presidência de Finanças e a Vice-Presidência de Futebol em 2015 e 2016″.