fsEm novo post, o grupo político Flusócio, o maior do clube que dá sustentação à gestão Peter Siemsen, fez um mea-culpa sobre o terrível 2013 do Fluminense. No texto, presta alguns esclarecimentos e afirma que, apesar da reeleição do presidente, não há motivo para comemorações. Veja abaixo na íntegra:

Somos um grupo político sim. Somos o principal grupo político de sustentação ao Presidente sim. Por isso, não podemos só apontar o dedo e buscar culpados para a situação atual do nosso futebol. Há um mea culpa a fazer. E isso dói em nós, torcedores apaixonados que decidiram tentar mudar o clube de dentro. Aliás, sequer dá para dizer que somos torcedores que “saímos das arquibancadas”, até porque nunca saímos delas. Os flusócios estão lá, no meio de todos os torcedores sofrendo juntos com essa sucessão de tristes apresentações do nosso time. Se um momento como esse dói naquele torcedor comum, que optou por se abster da militância política do clube, imagina em nós, que há 10 anos, entre erros e acertos damos parte de nossas vidas para tentar mudar para melhor os rumos do Fluminense Football Club.

 
 
 

É mais do que normal que um momento crítico como o atual leve a uma chuva de críticas. E, também, não podemos deixar de aceitar que algumas delas sejam direcionadas a nós, desde que sejam colocadas de forma respeitosa, sem agressões ou ironias. É o ônus de ser situação. Mas não podemos ouvir tudo sem contrabalançar alguns pontos. Sobre a nossa participação e influência no futebol, dizemos e afirmamos, É ZERO! A gestão de Fluminense é profissionalizada. Profissionais considerados de forma unânime como de ponta no mercado estavam a frente do departamento e, junto com a comissão técnica mais valorizada do Brasil à época, planejaram tudo o que está aí. Em tese, é assim que deve ser, como sempre pregamos. Profissionais planejam, cabendo às instâncias políticas, como é o caso da Flusócio, cobrar resultados.

E houve muitas cobranças. No início, de forma mais interna. E, há algum tempo, explícita. Se essa cobrança deveria ser mais intensa, até porque os erros se mostravam a cada dia mais evidentes, é onde cabe o nosso mea culpa. E é nisso onde temos e precisamos refletir para que o grupo evolua naquilo que é seu maior objetivo: engrandecer o Fluminense. Mas não podemos esquecer que o cenário envolvia o turbilhão que vinha de fora por conta da implacável perseguição da PGFN ao clube, asfixiando completamente o caixa durante todo o ano. E não dá para esquecer também das as limitações do modelo de dupla gestão com o patrocinador, nem do ambiente eleitoral, com uma chapa de oposição formada às pressas, numa colcha de retalhos que reunia alguns dos personagens mais nocivos da história do clube.

Com todo esse contexto, só restavam duas opções à Flusócio: endurecer, chegando até a ruptura; ou agir como agimos. Impossível hoje prever as conseqüências se tivéssemos partido para a primeira. Conseguiríamos, com o clube asfixiado financeiramente, impor algumas contratações para dar algum equilíbrio ao time? Luxemburgo teria sido demitido antes ou sequer teria sido contratado? Ou simplesmente acrescentaríamos à mistura já explosiva um ingrediente de instabilidade política, cujos resultados seriam imprevisíveis? É nisso que hoje refletimos. E é sobre isso que podemos aceitar como razoáveis as críticas. Além disso, é leviandade.

A prioridade ao longo dessa semana é que seja feito todo o possível para que no domingo tudo dê certo. Dependemos de dois resultados totalmente plausíveis se considerarmos a capacidade técnica de Vasco e Coritiba e dos seus adversários. A direção do futebol tem que trabalhar duro nos bastidores para que nada interfira nesses jogos além da capacidade técnica das equipes. E temos, acima de tudo, que fazer a nossa parte, mostrando contra o Bahia a mesma pegada que mostramos contra o Atlético-MG. Se fizermos, nossas chances de vitória em Salvador são mais que factíveis. A direção do futebol tem obrigação de fazer de tudo para manter o grupo focado e motivado para suar até a última gota em busca dos 3 pontos em Salvador.

E a partir de segunda-feira, aconteça o que acontecer, todos os tricolores e, em especial a Flusócio, precisarão ter equilíbrio. Se tudo der certo e evitarmos o desastre, não podemos de forma alguma esquecer o que aconteceu. Uma profunda reflexão do grupo e da direção do clube terá que ser feita para evitar novos sufocos como o desse ano. E se algo der errado, a mesma coisa. As dificuldades de 2014 serão muito maiores se, além das já naturais da situação, tivermos que lidar com instabilidade política e situações que nada acrescentam.

Até domingo, o pensamento é positivo. Depois, aconteça o que acontecer, tenham todos os que acreditam na Flusócio a certeza de que o grupo trabalhará duramente para que o futebol, razão de ser do Fluminense não repita os erros de 2013. Mesmo se conseguirmos o milagre, a nossa certeza será a seguinte: não há realização a ser comemorada num ano em que o Depto de Futebol fracassou em todos os sentidos.


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