O Movimento de Renovação 21 de julho postou nesta quarta-feira um texto em que requisita um estudo de viabilidade para uma reforma no Estádio das Laranjeiras. O grupo político que apoia a gestão Pedro Abad entende que o local está abandonado e acredita ser possível a realização de jogos para até 20 mil pessoas. No entanto, sabe que serão necessárias obras para reestruturação da casa tricolor. Confira a postagem abaixo na íntegra do MR21:

 

 
 
 

VAMOS FALAR DE LARANJEIRAS

Há quase 98 anos, em 11 de maio de 1919, o FLUMINENSE FOOTBALL CLUB inaugurou o Estádio das Laranjeiras, em partida que marcou a primeiro título da seleção brasileira de futebol, após vitória por 6 a 0 sobre a seleção chilena, em partida valida pelo Campeonato Sul-Americano daquele ano.

Nascia assim a gloriosa história do primeiro estádio construído no Brasil para atividades esportivas e grandes espetáculos, local que serviu não apenas ao próprio clube, sendo cenário de conquistas históricas e terra fértil para o nascimento de alguns dos maiores jogadores da história do futebol brasileiro, palco para a seleção brasileira de futebol em sua primeira partida, em seu primeiro título, berço e primeira casa do futebol brasileiro.

Construído integralmente com investimento e esforços de seus sócios, atletas e torcedores, e com capacidade para 25.000 pessoas no ano de 1922, o estádio foi, durante anos, o maior da América Latina, sendo o grande trunfo do Brasil para sediar os Jogos Olímpicos Latino Americanos, evento precursor dos Jogos Pan-Americanos.

Hoje, dia 29 de março de 2017, poucas semanas antes de completar 98 anos, o Estádio das Laranjeiras encontra-se em avançada situação de abandono, com suas arquibancadas superiores condenadas, problemas estruturais sérios, configurando-se, infelizmente, como ruínas que apenas guardam um pouco da história e da grandeza do que era o Fluminense Football Club naqueles primeiros anos do século XX, mas que leva em sua alma o espírito vencedor, vanguardista, inovador e da excelência que caracterizam este clube como a maior referência esportiva, social e cultural de sua época.

Não deveria ser assim. A grandeza de um clube é medida pela capacidade que possui de adaptar-se aos novos tempos, sem deixar de lado suas tradições e sua história. O sucateamento de um equipamento de tamanha importância esportiva e histórica serve como evidência da falta de cuidado e visão que as últimas gestões tiveram com o clube e da forma como o clube acabou perdendo suas mais basilares referências com o avançar dos anos.

Foram muitas as oportunidades que o clube teve, nos últimos anos, de proceder com uma reforma completa em sua estrutura, tornando o histórico Estádio das Laranjeiras muito mais do que uma peça de museu abandonada ao tempo, mas um ativo do clube, capaz de gerar uma mudança de patamar na estrutura e organização à disposição da entidade.

O tema é recorrente neste espaço. Uma das bandeiras defendidas pelo MR21, desde a sua fundação, é a reativação do Estádio de Laranjeiras. É evidente que, nas condições em que se encontra, não possui a mínima condição de sediar partidas profissionais. No entanto, caso receba reformas estruturais, passa a ser o palco ideal para jogos com público de até 20 mil pessoas.

Uma das principais premissas que defendemos é que o Fluminense, após as necessárias reformas, passe a mandar a maioria de suas partidas em Laranjeiras, guardando o Maracanã para ser o seu palco para as grandes partidas.

Para que tal proposta seja possível, entretanto, defendemos que se faça um completo estudo de viabilidade que vise, de fato, operar um levantamento das condições da reforma e de utilização do estádio, por meio da solução dos problemas existentes e não que busque entraves e use-os como justificativa para que não se concretize.

As discussões existentes em redes sociais já demonstram o quanto o tema pode ser controverso. Sempre que o assunto é colocado em pauta, as opiniões dos tricolores se dividem. Alguns se baseiam nas condições atuais e rechaçam a ideia, outros se permitem sonhar com a nova casa, que nunca deixou de ser nossa. Os argumentos contrários são variados: mobilidade, circulação de pedestres, tombamento, associação de moradores, finanças são as mais recorrentes.

As respostas exatas a esses questionamentos só podem ser dadas após um estudo de viabilidade. E é o que queremos. Caso seja, de fato, técnica e economicamente viável, o passo seguinte seria a elaboração de um projeto sério, que busque a melhor alternativa para a torcida do Fluminense.

O estádio possui inestimável valor histórico e, por ser próprio, traria um enorme ganho financeiro e eliminaria muitas dores de cabeça no torcedor, no elenco e na diretoria por não saber com antecedência onde jogar. Trata-se de um equipamento localizado no coração da Zona Sul do Rio de Janeiro e que, com o devido cuidado, pode tornar-se não apenas um estádio, mas um local para receber eventos diversos, para se tornar um grande atrativo turístico e tornar-se um ativo financeiro sem precedentes.

O Fluminense precisa olhar para dentro de sua própria casa e Investir naquilo que lhe pertence, que carrega a sua história. É hora dos tricolores, sejam torcedores ou dirigentes, comprarem essa ideia e se unirem pelo resgate da nossa casa. Em 2019, daqui a 2 anos, nossa casa completará 100 anos. E nada melhor para comemorar a data em grande estilo que a sua reforma e ampliação, podendo voltar a cumprir o seu papel: engrandecer o Fluminense.