Briga entre Gum e Escudero ficou marcada na memória dos torcedores tricolores (Foto: Rafael Moraes - Agência Photocamera)

Doze anos depois, Fluminense e Argentinos Juniors voltarão a se encontrar numa Libertadores. Se em 2011 a heroica vitória por 4 a 2 no Diego Armando Maradona valeu ao Tricolor a classificação para as oitavas de final, agora as equipes duelam para chegar às quartas. Naquele jogo, porém, as cenas de pancadaria ao término ficaram marcadas. Presente no episódio em que “saiu na mão” com Escudero, Gum lembra bem como foi.

— Quando acabou a partida, eu estava ali no meio de campo, perto da lateral, já quase saindo, sem ver o que estava acontecendo. Percebi que começou uma correria, virei e vi uns quatro jogadores nossos no meio de campo e uns 10 ou mais do Argentinos Juniors indo para cima, encurralando. Aí eu fui até lá para acalmar os ânimos do pessoal. Lembro muito bem que levei um soco do segurança deles e começou a confusão generalizada. Minha vista ficou embaralhada, não conseguia ver mais quem era, só via meio que vulto e as cores – disse ao ge, complementando:

 
 
 

— Eu fiquei tão chateado e revoltado com a agressão covarde que sofri, estava com as mãos para cima e levei um soco no rosto, que pensei: “Não apanho mais”. Quem vinha para cima de mim e não era tricolor era inimigo. No final, estava correndo para o vestiário e ele (Escudero) veio atrás de mim. Vendo que ia me alcançar e não querendo ser agredido pelas costas, eu parei e realmente o encarei. Até saíram fotos onde aparece a gente lutando. Infelizmente aconteceu, não acho bonito, não acho que a briga é o caminho, mas naquele momento foi necessário para se defender porque os argentinos foram para nos bater.

Anos depois, Gum chegou a fazer as pazes com Escudero. O lateral-esquerdo veio ao Brasil para defender o Coritiba e eles conversaram através de conhecidos em comum.

— Os anos se passaram e depois eu conversei, sim, através de pessoas que jogaram com ele. Ele estava jogando aqui no Brasil e mandou recado, houve um pedido de desculpas dele para mim. Prontamente eu respondi: “Fique em paz, fala para ele que aceito as desculpas, eu também peço, de alguma forma eu errei, a gente brigou, mas está perdoado”. Nos tornamos, não vou dizer amigos, mas nos perdoamos e não teve mais nenhum mal entendido – falou o zagueiro bicampeão brasileiro pelo Fluminense e atualmente jogador do CRB.