(Foto: Mailson Santana - FFC)

Em entrevista exclusiva no programa “Globo Esportivo”, da Rádio Globo, o presidente do Fluminense, Mário Bittencourt, explicou em detalhes toda a confusão envolvendo sua saída do grupo de “WhatsApp” criado pela Ferj para discutir a volta do futebol. O mandatário reforçou seu posicionamento de ser contra o retorno do futebol neste momento e reafirmou ter sido hostilizado e ter sofrido ameaças, optando por deixar o grupo por não compactuar com tais atitudes.

– Esse foi um grupo criado logo no início da paralisação pela Ferj e discutimos lá sobre a questão da continuidade do campeonato, das férias coletivas e sobre o acordo da redução salarial. Só nas últimas semanas é que veio a pauta do retorno. A federação tentou criar um ambiente para forçar a volta do torneio e o Fluminense sempre deixou muito clara a sua posição. Enquanto o debate foi feito na medida do respeito e da razoabilidade, participamos. Mas quando Flu e Bota (clubes que têm posição contrária) passaram a ser hostilizados de maneira velada no grupo, com centenas de matérias defendendo o retorno das atividades diariamente, achei melhor sair. Ainda aconteceu uma situação chata de ameaça de W.O caso nos recusássemos a ir à campo. Veja bem, não queremos ir a campo porque somos contra horário do jogo, local, nada disso. Essa não é uma situação corriqueira. Enfrentamos o maior problema da história da humanidade nos últimos 100 anos. Então não deveria ter um movimento de aplicar pena esportiva para um clube que quer preservar seus atletas. Entendi como uma ameaça. Mesmo assim, eu ainda fiquei no grupo. Depois, as hostilidades deixaram de ser veladas e passaram a ser diretas ao meu ver. Postaram uma notícia falando dos atrasos salariais no Botafogo, insinuando que esse seria o motivo para que o clube não quisesse o retorno, e também uma foto do presidente da Cremerj, que também emitiu uma nota sendo contra o retorno das atividades, com um avatar “100% tricolor”. Como se por ele ser torcedor do Fluminense, o clube tivesse algo a ver com isso. Enfim, quando houve essa postagem, eu senti que não havia mais necessidade de ficar ali. Essa postura de atacar clubes centenários por defender uma visão humanitária eu não consigo entender – desabafou.