Marcelo é apontado como diferencial do Fluminense por reportagem (Foto: Marcelo Gonçalves/FFC)

A Copa Libertadores é o grande sonho de todos os tricolores. O Fluminense estreia na fase de grupos neste ano. A equipe vive momento para lá de positivo. Acabou de vencer a Taça Guanabara e, para aumentar ainda mais a confiança, Marcelo está de volta.

Em sua versão online, o jornal O Globo apresentou seis motivos para acreditar numa boa campanha tricolor e – quem sabe? – a conquista do inédito e sonhado título. Confira a análise:

 
 
 

O diferencial
A contratação de Marcelo é a principal de 2023 para o Fluminense — e provavelmente a do futebol brasileiro ao lado do uruguaio Luis Suárez, no Grêmio. A questão é que a sua contratação vai além da volta da cria de Xerém para casa: Marcelo é o pilar decisivo do projeto de reconstrução do Fluminense, que após se estabilizar financeiramente, agora visa disputar grandes títulos.

O entendimento é que o clube montou uma base sólida de jogadores talentosos e dedicados nos últimos anos. O próximo passo é encontrar alguém acima da média e que fosse desequilibrante. Um exemplo citado recorrentemente nos corredores das Laranjeiras era Arrascaeta, do Flamengo. No Fluminense, Ganso é visto dessa forma. Agora Marcelo o fará companhia.

Ele traz duas virtudes que, se potencializadas ao máximo, serão decisivas: talento e experiência. Seis vezes eleito o melhor lateral-esquerdo do mundo, é considerado um dos maiores de sua geração. De quebra, faturou inúmeros títulos com o Real Madrid e está acostumado a viver momentos decisivos. Finais de Liga dos Campeões não faltam, por exemplo. Ele terá papel decisivo de liderança na Libertadores.

Destaques mantidos
Diferentemente dos anos anteriores, o Fluminense conseguiu manter os principais destaques da equipe para 2023. Claro, houve a venda de Matheus Martins no final do ano passado, mas o atacante negociado com o Watford-ING já era uma reposição a Luiz Henrique, vendido no meio de 2022 para o Real Bétis-ESP. Os pilares, mesmo com propostas, seguem no clube.

O caso que mais chamou atenção foi o de André, que recebeu uma proposta de 20 milhões de euros (cerca de R$ 111 milhões) do Fulham-ING. O Fluminense sinalizou que não o venderá de imediato e só discutirá o assunto no final da temporada. Paulo Henrique Ganso foi procurado pelo Santos, mas decidiu renovar o contrato. Jhon Arias recebeu sondagens de clubes europeus, mas permaneceu.

É difícil imaginar que André e o zagueiro Nino, principalmente, não sejam procurados nas próximas janelas. Mas o Fluminense se blinda para que não repita o impacto da venda de Luiz Henrique, que afetou diretamente o lado anímico do clube em 2022. Na mesma semana que saiu a notícia da venda, o tricolor seria eliminado na pré-Libertadores.

Cano iluminado
É curioso ver que os gols de Germán Cano em 2022 não foram por acaso. Havia o temor de que o argentino não conseguisse repetir a fase iluminada que teve na temporada anterior. Afinal, tirando os astros europeus, é impensável cobrar de qualquer atleta que faça 44 gols a cada ano. O camisa 14, no entanto, vai demonstrando que é possível ir além.

Nesta temporada, são nove jogos em dez gols marcados. Números melhores do que neste mesmo momento da temporada de 2022. Três deles em clássicos, diga-se — dois diante do Vasco e um contra o Flamengo. A boa fase do Fluminense passa pelo seu artilheiro de forma incontestável.

Diniz mais leve
Outro ponto importante é que Fernando Diniz conquistou o seu primeiro título com um clube grande. Claro, a Taça Guanabara passa longe de ser o principal objetivo tricolor na temporada, mas é difícil imaginar como gritar “campeão” em um Maracanã lotado e vencendo de virada o maior rival poderia ser ignorado pelo treinador e pelo elenco.

Na coletiva de imprensa após o título, ele comentou sobre o assunto. Disse que já conquistou troféus antes e que os mesmos eram ignorados. De fato, faturou torneios com Votoraty e Paulista de Jundiaí. Mas faltava uma conquista grande com um clube de expressão no futebol brasileiro que, enfim, veio.

Diniz ainda precisa confirmar o título do Carioca para afastar a imagem de bater na trave. Com o São Paulo, chegou a abrir uma boa vantagem na liderança do Brasileiro e não ficou no título, o que acabou o marcando negativamente. Certo é que a pressão diminuiu neste ponto.

Bons resultados contra os milionários
Pensando em Libertadores, é claro que o Fluminense — mesmo após a contratação de Marcelo — passa longe de ter a folha salarial de Flamengo, Palmeiras ou Atlético-MG. Mas é curioso ver que o tricolor tem conseguido bons resultados nos confrontos diretos diante deles. O rubro-negro tem sido a principal vítima nos jogos recentes: nos últimos 12 Fla-Flus, o Fluminense venceu oito. Incluindo um título do Campeonato Carioca em cima do maior rival. Mas os outros também entram nesta contagem, principalmente após Fernando Diniz assumir a equipe.

Diante do Palmeiras, foram dois jogos e dois empates: ambos por 1 a 1 no Allianz Parque e no Maracanã. No primeiro deles, Diniz estava no início do trabalho, enquanto no segundo o alviverde era favorito por ter o título do Brasileiro encaminhado. Em ambos teve atuação ruim contra o Fluminense, que teve chances claras para vencer os jogos. De toda forma, a vantagem financeira de um elenco milionário não se concretizou em campo.

Quanto ao Atlético-MG, equilíbrio: dois jogos, uma vitória e uma derrota. Mas a vitória tricolor dentro do Maracanã foi com golada por 5 a 2, em uma das melhores atuações do Fluminense de Fernando Diniz nesta segunda passagem. O Galo tinha Hulk e todos seus outros destaques. Resta saber como será o encontro com Eduardo Coudet, já que os mineiros trocaram de treinador.

Preparação física em alta
A preparação física do Fluminense foi bastante contestada pelos torcedores no início da temporada, mas tem se mostrado um acerto. Durante a Copa do Mundo do Catar, enquanto os clubes estavam de férias, o tricolor passou atividades remotas para o elenco. No retorno, os trabalhos visavam que a equipe atingisse a sua maturidade física na reta final do Carioca e no início da Libertadores. E isso é possível ver dentro de campo.

No Fla-Flu, Vítor Pereira reclamou das “pernas cansadas” de seus atletas. Contra o Vasco, Maurício Barbieri também se queixou. Enquanto o Fluminense consegue refletir e dominar os adversários também fisicamente. Será importante neste início de temporada, principalmente no início do Campeonato Brasileiro e na Libertadores.