Em busca de reforços no mercado, o Fluminense está muito próximo de acertar com David Terans, meia-atacante uruguaio de 29 anos que se destacou no país atuando no Athletico-PR e atualmente está sem espaço no Pachuca (MEX). As negociações com o jogador e com o clube mexicano estão avançadas e o desfecho pode acontecer ainda nesta semana. Neste sentido, o site Esporte News Mundo ouviu jornalistas para avaliar o que se pode esperar do atleta no Tricolor.
Falaram e projetaram o reforço no Fluminense os jornalistas Felipe Barros, dono do canal de scouts FBTV no YouTube, Vicenzo Dalicani, setorista do Athletico, e Eduardo Demeterco, especialista em futebol paranaense. Confira abaixo as perguntas sobre Terans e o que eles falaram:
Em um time com Ganso e Renato Augusto, como você acha que o Terans pode se encaixar na equipe de Fernando Diniz?
Felipe Barros: “Ele até pode entrar no time no lugar de ambos, mas não vai fazer a mesma função. Por mais que o Terans tenha qualidade técnica e bom passe, ele não é um jogador de cadência, pra voltar, ditar o ritmo do time e fazer aquela saída apoiada que o Fluminense faz. O Terans é um jogador de terço final, de bola parada, sendo mais um cara de finalizar as jogadas do que de construir. Ser um suplente do Arias, para mim, é o que faz mais sentido.”
Vincenzo Trétis: “Sendo bem sincero, ele não consegue fazer a mesma função que o Ganso e o Renato Augusto. Pelo jeito que o Fernando Diniz joga, de fazer o meia recuar, se movimentar no campo defensivo e participar da construção da jogada desde o campo defensivo, o Terans não é esse cara. Ele é um jogador que tem na fundamentação do seu jogo características de conclusão de jogadas, de definição rápida e drible muito efetivo. Num time com Ganso e Renato, eu duvido muito que o Terans faça a função de meio. O que o Diniz pode fazer com o Terans é colocá-lo na função do Jhon Arias. E aí tem um ponto muito importante: pelo Athletico jogando na esquerda com Alberto Valentim ou pela direita com Turra e Felipão, ele não foi bem. Ele tem o drible, velocidade, capacidade de combinar em espaços curtos do campo, mas em um geral, quando jogava aberto pelos lados, não ia tão bem assim e isso me preocuparia, se eu fosse o Fernando Diniz.”
Eduardo Demeterco: “O Terans pode fazer a função de ponta, coisa que no Athletico não deu muito certo. O Diniz pode tentar aproveitar ele dessa forma ou até como um falso 9. Não é a dele de fato, mas pode ser que ele acabe encaixando de uma maneira ou outra.”
Quais são os pontos altos e fracos do Terans, em sua opinião?
Felipe Barros: “Como pontos altos, o Terans tem a qualidade técnica, um trato com a bola muito bom, uma boa finalização de longe, visão de jogo e cobra pênalti, que pro Fluminense é importante. Já como pontos fracos, ele não é tão intenso, no momento defensivo deixa mais a desejar, lembrando um pouco o Leo Fernández.”
Vincenzo Trétis: “Terans tem pontos muitos altos e interessantes no seu jogo. É um jogador que, quando mostra seu futebol de verdade, pode ser considerado um craque, e foi por muito tempo considerado no Athletico. Ele tem um drible curto e uma conclusão a gol muito interessante, jogador que bate muito bem de fora da área, cobra as bolas paradas, é um jogador que tem muita qualidade. Porém, pode ser considerado por muitos um cara que não participa muito do jogo, o famoso “preguiçoso” na linguagem da bola. Eu não considero, mas pensando em um ponto fraco, ele teria a recomposição defensiva como um algo negativo. O uruguaio foi muito criticado por ter essa falta de intensidade defensiva.”
Eduardo Demeterco: “Terans tem um chute de fora da área muito forte e certeiro. Além disso, ele é um grande batedor de faltas e que joga para a equipe, não é um cara egoísta, o que pode agregar bastante no Fluminense. Em contrapartida, ele não tem uma velocidade muito boa e possui um extracampo um pouco complicado. Muito da sua queda de rendimento no Athletico foi devido a problemas internos com pessoas no clube.”
E por último: o que podemos esperar de David Terans sob o comando de Fernando Diniz?
Felipe Barros: “A esperança de potencializar a sua qualidade técnica. O que ele sofreu no Athletico um pouquinho, de perder espaço num time reativo, isso não deve acontecer no Fluminense, pelo time ter mais a bola. Portanto, a tendência é de potencializar esse lado mais técnico dele e minimizar um pouco essa parte de intensidade.”
Vincenzo Trétis: “Num geral, gosto muito do nome. É um jogador que deu muito certo no Athletico e que foi muito decisivo. Tem tudo para funcionar num esquema que é ajeitado, como é o do Diniz. Imagino que ele não seja um jogador para ser titular desse Fluminense, mas podemos esperar lampejos de muita qualidade. É um jogador que é muito plástico nas suas definições e é um cara que vai fazer a torcida gostar dele por isso. Porém, em alguns outros fatores, taticamente falando, a galera vai ficar bem brava. E o Diniz, que cobra bastante disso, também pode ficar.”
Eduardo Demeterco: “Eu acredito que o Diniz pode aproveitar muito da bola parada dele. As transições e as quebras de linha que o Terans faz durante os jogos pode ajudar muito o Fluminense. É uma forma de fazer o Cano e o John Kennedy receberem bolas que, além das que recebem com Ganso e Renato Augusto, com as do Terans, aumentam as chances do Flu irem mais longe nesse ano.”