Fernando Diniz diz que suas convicções estão dando certo (Foto: Lucas Merçon - FFC)

Fernando Diniz, desde seu início de carreira como técnico, não abre mão de suas convicções a respeito do futebol bem jogado e priorizando a posse de bola. Foi chamado de louco algumas vezes. Isso está longe de o incomodar. O treinador lembra, inclusive, que isso permitiu sua ascensão como profissional.

– Estou escutando isso aí desde que eu comecei. Eu iniciei na A3 com o Votoraty-SP. Tinha uma ideia bem clara do que eu queria: jogar bem futebol. Sistema tático, às vezes, a gente muda e o pessoal nem percebe. A essência mantém. De posse, de jogar bem. Mas quando eu comecei na Série A3 com o Votoraty eles me davam um jogador e falavam assim: “Esse vai te ajudar na Série A3. Esse aqui está bom mas fora de forma, gordo. Esse tem problemas com drogas”. Eu falava: “Manda esses aí”. Chamavam o time de clínica de recuperação. Ao recuperar esse time, começamos num time que era para não cair e ganhamos dois campeonatos. Aí falavam que na segunda não dava. Na primeira então não iria dar contra time grande. Aí depois falavam que em time médio e grande isso não daria. E vai indo. Eu saí do Votoraty da terceira divisão para um dos maiores clubes do Brasil. Acho que está legal. Em termos de resultado, está aí. E do rótulo, das coisas de ser louco, não tenho problema. Eu lido muito com o que eu tenho, com as condições que tenho. Fico antenado no que está dando certo e errar. O tempo que tenho para gastar. Eu fico concentrado. No Athletico-PR, eu perdi o primeiro jogo no dia 6 de maio e fui ser demitido um mês depois. Até 6 de maio, o time estava sendo ovacionado. Em um mês nada prestava. Ou a coisa não era tão bom assim, ou era boa e tinha coisa para melhorar. Eu acho que era boa e tinha para melhorar – recorda.