Foto: Nelson Perez/FFC

O Fluminense mostrou o quão é irregular nesta temporada. Mal escalado por Levir Culpi, com muitos volantes no meio-campo, e sem poderio no ataque, sucumbiu ao Botafogo na Ilha do Governador, nesta quarta-feira. Neílton, aos quatro minutos do segundo tempo, fez o gol da vitória alvinegra por 1 a 0. Em cinco jogos, foi a terceira derrota para o rival no ano.

O treinador tricolor resolveu apostar num time forte na marcação, com a intenção de liberar os laterais. Não surtiu efeito. O Flu encontrou muitas dificuldades na saída de bola e os jogadores de lado de campo não tiveram boa produção ofensiva. Principal jogador do time, Gustavo Scarpa também teve má atuação.

 
 
 

A “chaleira” de Cícero com menos de um minuto e o replay do lance pouco tempo depois deram a impressão, contrariando todas expectativas, de um jogo plástico. Até porque Joel Carli, com um “chapéu”, e Neilton, autor de um drible por entre as pernas, contribuíram com este sentimento. Ledo engano.

A falta de qualidade dos times e o gramado ruim do Luso-Brasileiro tornaram a o primeiro tempo ruim de se ver. Chances efetivas, apenas duas, uma para cada lado, ambas carimbando a trave. No cruzamento errado de Wellington, a bola encontrou o caminho certo e quase entrou. Da metade para o final, Camilo soltou uma bomba improvável dentro da área e o travessão balançou.

O Fluminense tinha um meio-campo de destruição e pouca criação. Os laterais apoiavam, mas sem ter com quem tabelar. Com Gustavo Scarpa apagado, a esperança de boas jogadas era com Wellington. Mas o atacante era inconstante. Ora abusava das firulas, ora buscava os lances verticais. No adversário, a velocidade de Neílton e Sassá foi parada por Pierre e Edson. Cabeça pensante da equipe, Camilo não rendeu. O jogo não andou. Sobrou transpiração, faltou inspiração.

Com cartão, Edson foi sacado por Levir, que pôs Douglas. E aos quatro minutos, quem falhou foi o camisa 27. Após cobrança de lateral, Bruno Silva escorou de cabeça, Douglas não acompanhou Neilton e o atacante botafoguense abriu o placar.

Exceto uma finalização de William Matheus na trave, o Fluminense foi inoperante. Tocava a bola sem parar de um lado para o outro sem objetividade. Com três volantes, faltava cérebro. Gustavo Scarpa, que poderia ser o cara da bola diferenciada, jogou muito mal.

A última cartada de Levir Culpi foi Magno Alves, no lugar de Pierre, aos 31 minutos. O atacante rezou antes de uma cobrança perigosa de Scarpa, que pegou na barreira e na base do abafa o Fluminense tentou o empate. No fim, o próprio Magnata, de frente para o gol, bateu com perigo e ela passou perto. Faltou qualidade. Ao time e ao treinador.