Foto: Lucas Merçon - FFC

Em entrevista ao canal Sportv, o presidente do Fluminense, Mário Bittencourt, comentou acerca da paralisação do futebol nacional. Representante da comissão de clubes do país, ele revelou as propostas para tentar manter o funcionamento das agremiações neste período de pandemia.

– O momento é muito difícil, não só do futebol mas da sociedade brasileira, de todas as classes, trabalhadores. O Fluminense já está sofrendo as consequências como outros clubes estão, tivemos patrocinadores cancelando contratos, estamos sem receitas de bilheterias, venda de camisas… não temos como vender atletas, que também é uma fonte de receita. Eu vi uma matéria hoje que o Barcelona está sofrendo enormes prejuízos financeiros. Se ele está sofrendo, imagine os clubes do Brasil. Estamos fazendo um acordo nacional para tentar salvar o futebol brasileiro. Existe uma comissão, faço parte dela. Fizemos uma videoconferência com mais de 20 presidentes de clubes e tentamos desenvolver uma proposta de acordo para serem levadas aos atletas e profissionais de futebol, para que a gente tente diminuir os prejuízos. Todos que vivem do futebol estão tento prejuízos e nossas ideia é preservar o maior número de empregos possíveis. É importante esclarecer muitas coisas. A nossa primeira tentativa: em razão da paralisação, vamos ter dificuldade em acabar o ano e concluir o calendário. Nossa ideia é antecipar as férias, para que a gente pudesse esticar o calendário até o dia 23 ou 28 de dezembro. Essa ideia seria para ganhar 30 dias. Pagamos 50% dessas férias no momento. Depois pagamos o restante no final do ano, sem trazer prejuízo financeiro aos atletas. Permanecendo nesse período de férias, a gente faria um período de treinamento individual, dando uma remuneração de 50% do salário e imagem, mantendo os treinos de casa, enquanto não tenha jogo. A proposta de acordo é se houver paralisação. Se puder existir jogo com os portões fechados, essa ideia não vale. Agora, com 60 dias sem futebol, nossa ideia seria suspensão dos contratos de trabalho. Os atletas não ficariam prejudicados, porque os contratos seriam esticados pelo tempo em que eles ficassem parados. A ideia é colocar pra frente, porque certamente não conseguiríamos cumprir o calendário, teríamos que rediscutir fórmulas. Essa proposta foi encaminhada aos atletas, os capitães dos times estão avaliando e estamos esperando uma resposta, uma contraproposta – explicou.