Foto: Nelson Perez/FFC

Quando vice-presidente de futebol do Fluminense, no início do ano, Mário Bittencourt fechou com Diego Souza, do Sport, e imaginou o time com o jogador revelado em Xerém e Fred como referências ofensivas. Após a exoneração de Mário, ambos foram negociados, um erro, na visão do candidato à presidência tricolor.

– Acho que sim, né? É matemática. Mandou embora os dois artilheiros do Campeonato Brasileiro (Fred, com 14, e Diego Souza, com 13). Juntos somam 27 gols na competição. Vários jogos percebem que tem essa dificuldade de empurrar a bola para dentro. Se tivesse as mesmas oportunidades com jogadores mais capacitados… Certa vez conversando com Paulo Angioni, com quem trabalhei, me disse algo muito interessante. Que um time de futebol deve ter ao menos quatro ou cinco jogadores que saibam fazer gol, independentemente da posição que jogue. Fluminense da década de 80 tinha Washington, Assis, Romerito, Branco, Tato, Ricardo Gomes… Todos sabiam fazer gol. Hoje o time dos onze, Cícero e Scarpa tem esse costume. Os demais têm dificuldades por características obviamente. Então se desfazer de Fred e Diego Souza e até do Marlon traz dificuldades e prejuízos para o time – opinou Mário, que viu inabilidade da diretoria e do presidente Peter Siemsen:

 
 
 

– Recentemente vi uma entrevista do presidente (Peter Siemsen) onde ele disse que o Diego Souza não foi mandado embora, mas pediu para sair. Ele tinha contrato de três anos. Se ele pediu para sair uma palavra resolvia a questão: não. Era só o Fluminense insistir para que ele ficasse, até porque contratualmente poderia fazer essa exigência. O Fred, por outro lado, foi realmente mandado embora. Dizem que por um problema interno, mas nitidamente falta de habilidade na condução. Saber conduzir estrelas, jogadores de peso, é uma arma no futebol. Se não consegue se relacionar dessa forma, nunca terá jogador de alto nível, que são atletas que precisa saber administrar. Em qualquer área, não só no futebol. Na música, na televisão. As grandes estrelas têm as suas idiossincrasias e é importante saber administrá-las.