Mário promete seguir trabalhando em busca da excelência (Foto: Mailson Santana/FFC)

Desde que surgiu a possibilidade dos clubes de organizarem uma Liga para comandar os Campeonatos Brasileiros nas Séries A e B a partir de 2024, o impasse maior entre as agremiações ficou referente à divisão dos direitos de televisão. Os de torcidas mais numerosas desejam seguir com uma fatia muito maior e os demais procuram uma divisão mais justa. E como anda isso? Em entrevista ao Uol, Mário Bittencourt, presidente do Fluminense, falou a respeito do assunto.

— Um dos motivos da gente fazer um estudo com o BTG de médio prazo é porque a constituição da Liga é fundamental para o valuation do clube. Podemos valer muito mais se tiver a Liga, que é de todos. Fazemos parte do Forte Futebol, o Fluminense é um dos grandes que encabeçam o grupo. Lutamos por uma melhor divisão de receitas no futebol brasileiro. Deixando claro que estamos nos referindo aos direitos de transmissão e comerciais de uma liga de futebol. Quando falam em melhorar a divisão de receitas, se esquecem que 70% das receitas não tem como criar a regra, porque são individuais. A única receita que é capaz de ter uma autorregulação são os direitos de TV e comerciais. Corresponde a mais ou menos 30% da receita dos clubes mais poderosos e 50% dos com menor poder financeiro. O único lugar onde os menores podem melhorar é nessa receita. Alguns clubes faturam mais na venda de camisas, ingressos, sócio. Na receita de TV eles já faturam mais do que nós. Até onde a gente fatura mais eles ganham muito mais do que nós – disse, prosseguindo:

 
 
 

— A nossa proposta é diminuir a diferença e equiparar aos modelos europeus. As ligas onde tem a melhor divisão de receitas são as que mais faturam. A Premier League é a primeira e que tem menor diferença. O clube que faturou mais esse ano ganhou 1,6% mais do que o último. O que eles querem manter é uma discrepância criada pelas pesquisas de torcida de que são maiores e por isso tem que ganhar mais. E aí está errado. Nossa briga não é tomar dinheiro de ninguém, o contrato atual é até 2024. O primeiro investidor que se interessou queria melhorar a divisão no contrato de agora, mas já está assinado, não teria como. Mas dali em diante, a Liga tem um preço. Como deixa mais justo? Melhorando a divisão de receitas e não igualando. A proposta é começar com 3,5% e depois em um futuro distante chegar a 1,6%, que é a fórmula mágica.